O parque infantil do Recanto Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, no José Menino, foi um dos locais onde agentes da Sevicoz (Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses), da Secretaria de Saúde (SMS) recolheram nesta terça-feira amostras de areia. O objetivo da coleta é analisar a qualidade do solo e o nível de infestação de bicho geográfico. O recolhimento foi feito em pontos especiais: no final do escorregador e embaixo das gangorras.
“São locais em que a criança tem mais contato com a areia, então escolhemos estas partes primeiro”, explica o médico veterinário da Sevicoz, Laerte Carvalho. Além do José Menino, os agentes colheram material em áreas públicas de lazer do Boqueirão e Gonzaga. O trabalho faz parte do programa Larva Migrans, da Sevicoz, que monitora a qualidade do solo de praias e áreas de recreação da cidade.
A dona de casa, Marian Caroline Lopes, mãe de Giovana, 3 anos, aprovou a iniciativa. “É positivo porque as crianças andam mais descalças e estão mais expostas às doenças”. Com filha da mesma idade, Nicole, a paisagista Joyce de Souza Santos também considerou importante do trabalho “porque falta conscientização por parte de algumas pessoas. Outra coisa interessante é a prefeitura ter um serviço que informa sobre o bicho geográfico, qual é a origem e como se prevenir”.
Zona Noroeste
Segundo a Sevicoz, essa é a segunda fase do programa Larva migrans. Na primeira, a coleta e análise ocorreu com a areia da praia, desde a divisa com São Vicente até a Ponta da Praia. Nesta segunda etapa, já foram coletadas 722 amostras em 25 praças e parques da Ponta da Praia, Aparecida, Embaré, Estuário, Macuco, Pompeia, Encruzilhada, Marapé, Vila Belmiro, Vila Nova e Centro.
Na próxima semana, terá início a coleta de amostras de solo em praças e parques dos bairros da Zona Noroeste. Posteriormente, o trabalho também será realizado na Área Continental.
Doenças
As fezes de cães e gatos podem transportar dezenas de agentes causadores de doenças infecciosas e parasitárias, que afetam os seres humanos. Entre elas está a Larva migrans Cutânea (mais conhecida como bicho geográfico), que é uma afecção provocada pela penetração na pele de larvas de acyolostoma, que provoca prurido (coceira) intenso no local e marcas na pele.
Após a deposição das fezes no solo, elas podem ser levadas pela água da chuva ou de limpeza de ruas para galerias pluviais e assim contaminar praias e canais, podendo inclusive atingir o lençol freático. Em condições ideais de temperatura e umidade, alguns agentes podem permanecer no solo durante meses ou até anos.