Nenhuma atividade física está mais em alta do que o Pilates. A modalidade que tem como base o método criado pelo alemão Joseph Pilates no início do século passado se espalhou principalmente pelo mundo ocidental, ganhou projeção no Brasil e virou febre especialmente nas médias e grandes cidades, onde surgem cada vez mais espaços especializados. Mas todo esse frenesi em torno da modalidade que trabalha consciência corporal, flexibilidade e cura de dores e patologias exige cuidados do praticante: é preciso avaliar muito bem o studio e os profissionais onde pretende se exercitar para ter a garantia da prática correta e dos benefícios que ela traz.
Isso porque não há uma regulamentação legal no Brasil que exija os requisitos para ser professor de Pilates, situação que abre brecha para a atuação de pessoas neste segmento nem sempre qualificadas para dar aulas.
“Antes de se matricular em um studio, pesquise a formação adequada em Educação Física ou Fisioterapia e a qualificação dos professores, além de visitar o espaço das atividades. É recomendável investir alguns minutos numa conversa com os profissionais para sentir se há conhecimento profundo sobre Pilates”, orienta Natália Gabriela Ambrósio, educadora física pós-graduada no método e proprietária do Studio N Pilates, em Santos, litoral de São Paulo.
Em seu studio, Natália trabalha tanto com educadores físicos quanto com fisioterapeutas, dois tipos de profissionais habilitados para instruir a prática do Pilates devido ao conteúdo obrigatório dos dois cursos universitários. São essas as formações que transmitem conhecimento em Cinesiologia (estudo dos movimentos do corpo humano), Anatomia e patologias cujo tratamento pode ser feito a partir da prática, dando subsídios para ser professor, afirmou ela. Mas Natália sempre preza por diferenciais nos currículos dos professores, como cursos de qualificação específicos na modalidade.
A Associação Brasileira de Pilates (ABPilates) reconhece que apenas pessoas formadas em Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional estão aptas a trabalhar com o Método Pilates. “São esses os profissionais que entendem do movimento. Tem que ter conhecimento de biomecânica, Anatomia, Biologia”, enfatizou a presidente da ABPilates, Solaine Perini. Os conselhos de classe dessas profissões reconhecem o Pilates entre as atividades que podem ser exercidas.
Solaine ressalta que a carga horária mínima da formação deve ser de 450 horas. No Brasil há, segundo ela, cursos de especialização, como pós-graduação, que são diferenciais na hora de ministrar a modalidade. A ABPilates promove cursos de formação continuada para profissionais especializados na área.
Cuidados necessários
A pós-graduada em Pilates Natália Gabriela Ambrósio dá outras dicas a quem está interessado na prática, para garantir o melhor rendimento possível e os reais benefícios desta atividade física baseada no fortalecimento de todo o organismo. Confira:
Pesquise a qualificação dos professores
Além da formação, se o profissional de Pilates tiver em seu currículo cursos de qualificação, melhor ainda! No entanto, a proliferação de studios e academias também gerou um efeito em cadeia no segmento de ensino da prática, com a proliferação de cursos rápidos que nem sempre são eficazes. Por isso, é recomendável conversar e tirar dúvidas com o professor para sentir se ele é capacitado para dar aulas.
- Peça uma aula experimental
É uma prática comum entre academias e studios e excelente oportunidade de perceber se você gosta realmente da prática e se ela é bem instruída. Aliás, se a aula for boa, o aluno já vai sair da primeira experiência com uma sensação notória de bem-estar.
Observe a quantidade de alunos por turma
A professora Natália Ambrósio ressalta que para o Pilates em aparelhos, inspirados nos mesmos mecanismos que o criados Joseph Pilates usava, a quantidade máxima deve ser de três alunos por turma. O atendimento deve ser personalizado pois, para dar resultados satisfatórios, os movimentos devem ser precisos para que o foco de concentração da força esteja no ponto certo do corpo.
Benefícios visíveis no primeiro mês
A maior procura pelo Pilates, segundo Natália Ambrósio, decorre de alguma dor – nas costas, nos joelhos, ou decorrente de alguma doença como escoliose, artrose, hérnia, a partir de recomendação médica. O paciente tem que sentir uma melhora da dor e da sua postura em até um mês de prática regular. “A não ser que seja alguma doença na qual o aluno precise tomar remédio prescrito pelo médico”, afirmou a educadora física. Se não houver melhora nenhuma a curto prazo, é preciso rever os exercícios que estão sendo realizados na prática – há mais de mil movimentos no Pilates clássico.
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