A cada 32 horas uma pessoa morre vítima de acidente de trânsito na Baixada | Boqnews
Foto: Divulgação

Números preocupantes

01 DE JULHO DE 2019

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A cada 32 horas uma pessoa morre vítima de acidente de trânsito na Baixada

De acordo com os dados do Infosiga SP, os jovens são os que mais morrem no trânsito no Estado. Na Baixada, 168 já morreram desde 2015

Por: Da Redação

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Os altos índices de mortes no trânsito nos últimos anos são cada vez mais preocupantes.

Os dados do Infosiga SP – sistema do Governo de São Paulo que traz mensalmente informações sobre acidentes fatais de trânsito registraram desde 2015 (ano da sua implantação) 1.248 mortes na Baixada Santista.

Ou seja: a cada 32 horas, uma pessoa morreu em acidentes de trânsito na região.  No Estado, o número de mortos alcançou 25.658.

Os jovens de 18 a 24 anos são as maiores vítimas. Ao todo, 168 pessoas nesta faixa (13,5%) morreram no trânsito desde 2015.

A média regional supera à participação da população no Estado.

A Baixada representa 4%. Em mortes, são 4,9%. Neste ano, em apenas cinco meses, 111 pessoas já morreram.

Fora da estatística

Os motociclistas são as maiores vítimas no trânsito.

Entre aqueles que não estão nas estatísticas, muitos ficam com sequelas. É o caso de Edson Bezerra, 43 anos.

Em dezembro do ano passado, ele se dirigia a um atacadista na Vila Mathias, quando foi atingido por um veículo no cruzamento com a Avenida Ana Costa.

Ele conta que “graças a Deus” não se recorda de detalhes do acidente sofrido, e só relembra que estava transitando pela avenida quando tudo aconteceu.

“Os médicos informaram para minha família que não dava pra colocar a perna novamente. Ela teve uma amputação traumática”, conta.

Hoje, após a realização do tratamento de Fisioterapia, Edson afirma que nunca ficou mal após a perda da perna direita.

Ele, inclusive, relata que inúmeras pessoas lutaram por ele, especialmente os colegas de profissão e seus familiares.

Acidentes

De acordo com o Infosiga SP, os motociclistas encabeçam a lista das maiores vítimas no trânsito. Ao todo, desde 2015, 447 mortes foram registradas na Baixada Santista.

O problema é recorrente.

Foram registradas 485 fatalidades de motociclistas causadas por acidentes de trânsito no Estado em maio, aumento de 8% na comparação com o mesmo período do ano passado (449).

Na região, apenas nos cinco primeiros meses deste ano, das 111 mortes, 44 foram de motociclistas (40%).

Em segundo na listagem de mais acidentados estão os pedestres. As mortes por atropelamentos somam 360 no período.

Em sua maioria, são confirmadas já no hospital. Contudo, muitas das confirmações ocorrem no local do acidente.

 

Arte: Rom Santa Rosa

 

Vai piorar

A situação vai piorar ainda mais, caso sejam mantidas as alterações nas regras do trânsito programadas pelo Governo Federal como a de ampliar o número de pontos nas multas, dos atuais 20 para 40, ou a liberação do uso das ‘cinquentinhas’ sem carteira por um ano.

Segundo o especialista em trânsito e ex-presidente da CET-Santos, Rogério Crantschaninov, o Estado não está conseguindo cumprir devidamente com o seu papel, que é o de proteger o cidadão.

Crantschaninov ressalta ainda que os mortos e feridos graves no trânsito custam R$ 50 milhões ao País todo ano, principalmente em perda de produção e cuidados hospitalares.

“Sem as aulas teóricas e práticas estaremos autorizando jovens, sem conhecimento da legislação e da dinâmica do trânsito das cidades, a pilotar suas “cinquentinhas” com riscos à sua própria vida”, salienta.

No seu entender, a propalada redução de 15% no custo da habilitação, será suplantada em muito com o aumento dos custos do SUS e da Previdência Social.

A nova regra entrará em vigor em 17 de setembro.

Mais preocupantes

Outros dados que chamam atenção são da Rede Lucy Montoro, unidade em Santos.

Segundo o Centro de Reabilitação, em 2018, 85% das vítimas de acidente de trânsito atendidas eram motociclistas.

Sendo que 83% destes casos aconteceram com homens na faixa dos 30 anos.

“Desse grupo, 50% das vítimas sofreram traumatismo craniano, 33% amputação e 17% tetraplegia”, afirma, em nota.

O Centro especifica que 15% dos pacientes acabaram sendo vítimas de atropelamentos.

Dentro dos 33% que foram amputados, está o ex-pedreiro José Maria, 51, que fora atropelado em duas ocasiões na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, sentido Itanhaém.

Segundo José, por ser um local ermo, ele, ao atravessar a rodovia, notou que não observou o carro vindo do ‘nada’ e acabou sendo atropelado.

“Eu fui acordar dois dias após o acidente e só cheguei em casa 32 dias depois, já amputado e com a bacia quebrada”, relembra.

No entanto, mesmo após o atropelamento, o ex-pedreiro relata que a amputação ocorrera na hora do choque.

E que tambén não houve auxílio do motorista do carro.

Entretanto, no momento do impacto, a placa do automóvel caiu.

Desta forma, José conseguiu identificar e colocar na Justiça o responsável pelo acidente.

“Fui à justiça não por bens materiais, mas pelo abondono que ele teve comigo no instante do acidente”, conta.

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