Saldanha da Gama passa a se chamar Avenida Rei Pelé, na Ponta da Praia | Boqnews
Pelé agora está eternizado como nome de avenida na orla de Santos. Foto: Divulgação/SFC

Diário Oficial

04 DE OUTUBRO DE 2024

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Saldanha da Gama passa a se chamar Avenida Rei Pelé, na Ponta da Praia

Diário Oficial publica alteração no nome da via, que pegará toda a extensão da Avenida Saldanha da Gama e cinco imóveis da Avenida Bartolmeu de Gusmão

Por: Da Redação

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Agora é oficial.

A Avenida Saldanha da Gama e cinco imóveis da Avenida Bartolomeu de Gusmão passam a se chamar Avenida Rei Pelé.

A proposta, de autoria do vereador Augusto Duarte (União), foi sancionada pelo prefeito Rogério Santos (Republicanos) e publicada hoje no Diário Oficial.

Ao todo, 37 lotes atingidos terão o nome do endereço alterado – toda a extensão da avenida, inclusive os clubes, comércios e residências, até a praça Almirante Gago Coutinho.

Além disso, cinco imóveis da Avenida Bartolomeu de Gusmão, onde estão edifícios residenciais, uma churrascaria e o Museu de Pesca.

Ou seja,  os números 176, 178, 189, 187 e 192.

Dessa forma, a avenida Rei Pelé iniciará exatamente a partir da Rua Carlos de Campos (final da Praça Luiz La Scala Jr) até o Ferry-Boat.

Trata-se, aliás, de todo o trecho recuperado, em parceria com a iniciativa privada, que ganhou o nome de Nova Ponta da Praia, entregue na gestão do ex-prefeito Paulo Alexandre Barbosa.

No trecho onde hoje está a imagem Eu ♥ Santos, palco de fotos de milhares de santistas e turistas,  ganhará a estátua do Rei do Futebol.

Ele jogou no Santos FC entre os anos de 1956 a 1964, com exatas 1116 partidas.

Marcou 1091 gols com a camisa do Alvinegro.

O local será ampliado para receber o monumento, pois sua localização é privilegiada em razão da movimentação de navios de carga e, em especial, de passageiros.

Ou seja, na entrada do estuário ao maior porto da América do Sul.

Ele faleceu em 29 de dezembro de 2022.

Toda a extensão da avenida Saldanha da Gama ganhará o nome de Rei Pelé, que terá uma estátua no local, em frente ao estuário. Foto: Carlos Nogueira/PMS

Cartório

Apesar da prefeitura informar que os moradores dos imóveis que terão as ruas alteradas não terão gastos na alteração da matrícula do imóvel em razão da mudança no nome da via, na realidade isso ocorrerá quando houver a necessidade de fazer alguma alteração, como a venda do bem.

Ou para fins de partilha e inventário.

Atualmente, a taxa de entrada para este finalidade é de R$ 73,72 (valores de 2024).

Além disso, com a formalização da alteração, os moradores deverão pedir mudanças de endereço em suas correspondências para evitar problemas na entrega, assim como de mercadorias.

Não haverá tempo hábil para mudança do nome da via no carnê do IPTU 2025.

Ou seja, os atuais endereços permanecerão, com alteração apenas para 2026.

Placas em homenagem ao empresário português já estão instaladas. Foto: Nando Santos/Arquivo

Outras vias que mudaram de nome

A situação assemelha-se aos imóveis residenciais e comerciais da Alameda Armênio Mendes (ex-Guaiaó), na Aparecida.

Afinal, a via também teve o nome alterado e sancionado em julho do ano passado, a pedido dos familiares do empresário, falecido em 2017, com aval da Câmara, com base em projeto do vereador Sergio Santana (PL).

Na ocasião, o grupo prometeu revitalizar toda a via em troca da alteração do nome, inclusive com a inclusão da configuração Alameda.

Boqnews apurou que o pré-projeto já teria sido apresentado a membros da Prefeitura, inclusive ao prefeito Rogério Santos, mas de forma informal.

No entanto, na prática, não há algo concreto sobre as alterações prometidas.

Assim, a única mudança real até o momento ocorre nas placas da via, já alteradas.

Escravo, Anísio José da Costa trabalhou no Porto de Santos até os 108 anos. Morreu aos 110. Foto: Divulgação

Anísio José da Costa

Outra proposta de alteração já sancionada pelo prefeito, de menor impacto, em razão de poucos imóveis no local, ocorre na Rua Comendador Netto.

Autora do projeto, a  vereadora Débora Camilo (PSOL) obteve o aval dos seus colegas na Câmara para mudar o nome da via, que fica exatamente atrás do Museu Pelé, no Valongo.

Saiu no Diário Oficial no último dia 25 de setembro.

Antes, a travessa recebia o nome de Comendador Netto, dono de uma senzala onde ficavam cativos cerca de 217 negros escravizados.

Netto era comerciante e construtor de imóveis comerciais e residenciais na região e atuava no comércio de africanos escravizados.

Ou seja, construiu sua fortuna e sua fama de construtor sobre os ombros de pessoas escravizadas.

Por sua vez, a rua agora homenageia Anísio José da Costa, um quilombola, homem africano, negro, que veio escravizado para o Brasil.

Ele aqui construiu sua família e uma história de resistência, apesar das injustiças praticadas contra ele e contra todo o povo preto.

Anísio José foi capturado em Angola, trazido para o Brasil e levado param fazendas de café, depois na Capital e de lá teria fugido buscando refúgio no Quilombo do Jabaquara em Santos.

Após a abolição, em 1888, Anísio foi trabalhar como ensacador e carregador de café no Porto de Santos.

Trabalhou até os seus 108 anos, falecendo em 1940 aos 110 anos.

Uma de suas filhas ainda está viva e reside no bairro do Embaré, em Santos.

 

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