Em 1995, a Baixada Santista vivia uma dura realidade com a Aids.
Naquele ano, a região tinha uma taxa elevada no número de mortes pela doença: 43,5 (por 100 mil habitantes), a mais alta do Estado de São Paulo que registrou 7.739 óbitos pela doença.
Entretanto, com o passar do tempo, a situação melhorou e o número de mortes teve uma queda acentuada.
Para se ter uma ideia, o número de vítimas fatais da Baixada Santista caiu de 43,5 para 7,6 (por 100 mil habitantes) no intervalo entre 1995 e 2019, o que significa uma queda de 82,5%.
Enquanto no Estado de São Paulo esta diminuição foi de 74%.
Assim, em 2019 foram contabilizadas 2.049 mortes no Estado.
A queda foi ainda maior entre o público masculino: 5.850 homens faleceram em 1995 contra 1.397 em 2019, uma redução de 76,1%.
Já no sexo feminino, a queda foi de 65,4%, com 1.889 óbitos contra 652.
Os dados são do estudo da Fundação Seade, divulgados nesta terça-feira (27).
Comportamento
Os dados mostram a mudança de comportamento sexual entre os sexos.
Tradicionalmente, a mortalidade por Aids tinha maior impacto na população masculina, pois, foi prevalente neste grupo entre primeiros registros.
Em 1990, a proporção era de seis óbitos de homens para cada um em mulheres.
Caiu de 3 para 1 em 1995, e até 2019 manteve-se em 2 para 1.
Os declínios nas estatísticas foram possíveis com a prevenção testagem e tratamento para o controle da doença.
Outro fator que contribuiu foi a descoberta do tratamento com antirretrovirais em meados da década de 1990.
A descoberta precoce da doença e utilização dos medicamentos adequadamente, em tempo oportuno, tem auxiliado na redução do agravamento da doença e consequentemente da mortalidade, aumentando assim a expectativa de vida para os que vivem e convivem com a doença, para a qual ainda não foi identificada a cura.
“Quando o primeiro caso da doença foi descoberto em 1980, a doença ainda não tinha tratamento ou cura, mas, ao longo dos anos, diversos estudos e projetos científicos foram criados e contribuíram para a criação de um tratamento, e esses estudos continuam visando à descoberta da cura”, explica o coordenador do Programa Estadual DST/Aids-SP, Alexandre Gonçalves.
Além disso, o coordenador ressalta que é preciso ter foco na prevenção e no tratamento com medicamentos, pois no objetivo é que todos tenham acesso a um cuidado adequado e possam continuar a viver, porque é possível viver mesmo tendo a doença.
SUS
O diagnóstico da Aids acontece de forma gratuita pelo SUS.
os testes podem e devem sempre ser realizados por pessoas que se expõe ao vírus com relações desprotegidas, por exemplo.
A orientação para realizar o teste está no site: www.crt.saude.sp.gov.br ou pelo serviço Disque DST/aids: 0800 162 550