Prefeitura de Santos quer concentrar bandas carnavalescas no Centro Histórico | Boqnews
Bandas devem se concentrar no Centro Histórico. Foto: Marcelo Martins - PMS-Divulgação - Arquivo

Carnacentro

11 DE JANEIRO DE 2023

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Prefeitura de Santos quer concentrar bandas carnavalescas no Centro Histórico

Prefeitura quer promover cinco dias de atividades carnavalescas no Centro Histórico. Vereador e presidente da comissão das bandas critica.

Por: Da Redação

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Após dois anos sem desfiles de bandas em razão da pandemia, a Prefeitura de Santos investirá na concentração de bandas no Centro Histórico, com a realização da primeira edição do Carnacentro.

Ao todo, serão cinco dias de atividades carnavalescas entre os dias 17 a 21 de fevereiro.

Portanto, uma semana antes ocorrerão os desfiles carnavalescos na passarela do Samba Drauzio da Cruz. (confira detalhes aqui).

Assim, a novidade teve a divulgação ocorrida na terça-feira (10), durante reunião de representantes da Administração Municipal com os líderes das bandas de Carnaval da Cidade.

No entanto, não há consenso sobre a proposta.

Por meio da Associação das Bandas Carnavalescas de Santos, os grupos receberam o convite para participar do ‘Carnacentro’.

Toda infraestrutura será oferecida pela Prefeitura.

Portanto, de acordo com a programação prévia, o ‘Carnacentro’ ficará dividido em dois momentos.

Ou seja: nos dias 17, 19, 20 e 21 de fevereiro (sexta, domingo, segunda e terça), as bandas de Carnaval vão comandar a folia na Praça Mauá.

Por sua vez, no dia 18 de fevereiro, sábado de Carnaval, será realizado o tradicional ‘Carnabonde’, com concentração no mesmo local, mas no período da tarde.

Decreto e limitações

Durante o encontro, também houve a divulgação do decreto 9.920, publicado no Diário Oficial de Santos na edição de terça-feira (10).

Dessa maneira, ela  estabelece regras – consideradas de difícil execução em razão do prazo por organizadores – para as bandas que desejam realizar seus eventos dentro de suas comunidades.

Assim, a realização dos eventos carnavalescos podem ocorrem entre os dias 14 de janeiro e 21 de fevereiro.

No entanto, com comunicação 10 dias de antecedência da realização do evento.

Dessa forma, ao contrário de cidades como o Rio de Janeiro, as festividades carnavalescas não poderão ocorrer ao longo das avenidas da orla e Avenida Rei Alberto I.

Além das ruas Epitácio Pessoa, Pedro de Toledo, Galeão Carvalhal, Praça Independência, Marechal Floriano Peixoto.

E ainda: Barão de Penedo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Além disso, os jardins da praia, vias de acesso aos morros e próximos aos hospitais.

“O Centro Histórico de Santos já se tornou o local dos grandes eventos da Cidade. A maioria das bandas presentes à reunião já aderiu à novidade e acredito que outras virão para o Centro também”, crê o secretário de Cultura, Rafael Leal.

“Estamos com uma expectativa muito grande para esta nova etapa do carnaval de rua de Santos. Acredito que, unidos, vamos fazer da folia no Centro um sucesso”, declarou Elmo Andrade, presidente da Associação de Bandas Carnavalescas de Santos.

Por sua vez, a vantagem é que a a Prefeitura vai arcar com as despesas para montagem da estrutura e músicos, além de garantir segurança aos foliões.

Presidente da Comissão das Bandas Carnavalescas na Câmara, vereador Zequinha Teixeira, não gostou da decisão da Secretaria de Cultura em concentrar as bandas em único local. Foto: Jornal Enfoque/Boqnews –

Não atende a todos

No entanto, a medida não atende a demanda de todos.

Portanto, das 65 bandas que outrora participavam do Carnabanda Santos antes da pandemia, apenas 20 deverão participar da iniciativa.

Assim, calcula o presidente da Comissão de bandas Carnavalescas, vereador Zequinha Teixeira, também integrante da associação de bandas.

Motivo: as regras implantadas no decreto da prefeitura são complexas e o tempo para sua execução é curto.

Afinal, a publicação ocorreu somente no último dia 10, com tempo exíguo aos organizadores para obtenção de patrocinadores e apoios.

Um dos promotores da banda do Jaú, que tem pretensão de desfilar pelas ruas do tradicional conjunto habitacional da Aparecida, o vereador reconhece que gostaria que o desfile ocorresse nas ruas do bairro no próximo dia 28 de janeiro, um sábado, como previsto.

No entanto,  há necessidade de garantia de policiamento e segurança.

“A banda é tradicional e atende a 5 mil moradores dos 33 prédios do conjunto”, salienta.

Além disso, Teixeira conversou diretamente com o prefeito Rogério Santos sobre a demanda.

“Dificilmente nosso público irá se deslocar para o Centro”, salienta, reforçando a tradição familiar da banda.

“Queremos oferecer alegria para todo mundo, que aguardam há tempos pela festa”, destaca.

Além disso, ele enfatiza o trabalho social realizado pelo grupo em outras datas, como recolhimento de agasalhos e mantimentos.

Segundo ele, as regras rígidas e as responsabilidades impostas aos organizadores das bandas viraram um desestímulo para a realização de um evento deste porte, cujos gastos giram em torno de R$ 35 mil a 40 mil, calcula.

“Muitas bandas abandonaram em razão das exigências e falta de recursos”, destaca.

“Nós éramos o segundo maior Carnaval do Brasil. Hoje, somos um dos últimos”, lamenta.

Decreto

Para regulamentar os eventos carnavalescos realizados em espaços públicos, o decreto 9.920 determina que caberá ao organizador da banda, entre outras obrigações, apresentar com antecedência o público estimado.

E ainda: contratar efetivo de segurança, contratar também serviços de enfermagem, ambulância, limpeza.

Além disso, coleta de resíduos (pós-evento), bem como seguir toda a legislação vigente no âmbito da montagem de estrutura.

Não bastasse, a equipe de segurança deverá ficar de prontidão por 1h30 após a finalização do evento.

O representante legal também é obrigado a zelar pelo patrimônio público e particular.

Além disso, para que não haja agressão física entre os participantes, garantindo e zelando pela segurança física e material de todos os participantes.

Todas as solicitações de eventos carnavalescos realizados em espaços públicos serão avaliadas pelo Comitê Municipal de Segurança e Fiscalização de Eventos Carnavalescos.

Ele foi instituído pelo decreto municipal 9.921.

Formado por 18 integrantes de diversas secretarias municipais e da Polícia Militar (PM), o grupo fará a análise de atendimento ao pedido de autorização, entre outras prerrogativas.

 

Saiba mais

Após dois anos, desfiles carnavalescos voltam à passarela Dráuzio da Cruz.

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