Cartórios somam mais mortes pela Covid-19 em relação as prefeituras | Boqnews
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Baixada Santista

07 DE AGOSTO DE 2020

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Cartórios somam mais mortes pela Covid-19 em relação as prefeituras

Dados são referentes até o dia 3 de agosto, prefeituras explicam a disparidade dos números que ultrapassam a marca de 100

Por: Da Redação

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Os dados em relação a Covid-19 ainda estão longe de ser precisos. O Brasil chega a triste marca de 100 mil mortos pela doença neste final de semana. Mas estes números podem ser maiores. Um exemplo deste panorama é a disparidade dos números de óbitos na Baixada Santista causados pelo novo coronavírus.

Até o dia 3 de agosto, a região registrava 1.447 mortes; sendo 1.382 em seis cidades onde foram registradas mais de 50 mortes pelo Covid, de acordo com informações divulgadas pelas secretarias de saúde. Já o Portal de Transparência do Registro Civil, que contabilizam os óbitos, mostravam 137 mortes a mais. Ou seja, uma diferença de 10%.

Três cidades ganham destaque, pois os números divulgados pelas prefeituras estão abaixo do Portal de Transparência. A notificação está demorando 15 dias para entrar no site. Ou seja, os números devem ser ainda maiores.

Santos, Praia Grande e Itanhaém contabilizavam 477, 150 e 39 mortes respectivamente na ocasião. Contudo, no portal dos cartórios os números já chegavam a 550, 236 e 53, respectivamente.

A equipe de reportagem do Boqnews entrou em contato com as três administrações municipais, questionando a diferença dos dados.

Em nota, a Prefeitura de Santos esclareceu que “todos os óbitos suspeitos de Covid-19 envolvendo munícipes de Santos, ocorridos dentro e fora da Cidade, são investigados pela Seção de Vigilância Epidemiológica (Seviep). Há casos apontados nos registros dos cartórios, com base nas declarações de óbitos, que podem ser descartados posteriormente após resultados laboratoriais ficarem prontos”. Além disso, a Prefeitura ressalta que existem óbitos de moradores de outras cidades ocorridos em hospitais de Santos que podem ser atribuídos à Cidade, fato corrigido após a investigação epidemiológica.

Já a Prefeitura de Praia Grande, município com a maior disparidade nos números; informa que os dados sobre mortes de Covid-19 disponibilizados pelas secretarias de Saúde são diferentes dos dados contabilizados pelos cartórios de registro civil, pois a contagem dos casos adota critérios e prazos diferentes, assim como a alimentação dos dados nos sistemas.

Essa diferença ocorre porque os cartórios somam casos confirmados e suspeitos registrados nas Declarações de Óbitos (via amarela) enquanto a Secretaria de Saúde usa informações apenas de mortes confirmadas.

A Prefeitura de Itanhaém não se pronunciou até o final desta Reportagem. Vale lembrar que os atestados de óbito são feitos pelos médicos na hora de confirmar a morte do paciente que pode falecer por outras causas – infarto, por exemplo – mas decorrente da Covid-19. Às vezes, este caso pode ser computado como infarto – e não coronavírus, o que mostra esta diferença de números.

Casos Opostos

Por sua vez, Guarujá, São Vicente e Cubatão divulgaram um número de vítimas fatais maior em relação ao Portal de Transparência. (ver quadro). Vale destacar que o portal dos cartórios transparencia.registrocivil.org.br/especial-covid não disponibilizam os dados de cidades com menos de 50 mortes pela Covid-19, como os casos de Bertioga, Mongaguá e Peruíbe.

Internações

A quantidade elevada de mortes na região por conta da Covid-19 chama a atenção e levanta questionamentos nos métodos de internação. Em várias cidades, pacientes relatam a dificuldade para a internar até mesmo em casos com mais gravidade.

Praia Grande tem adotado uma série de medidas com intuito de priorizar o atendimento básico, assim a pessoa infectada pelo coronavírus é monitorada logo no início, diminuindo os riscos do caso se agravar, ou seja, mesmo que o indivíduo venha a falecer, ele passou pelo hospital e foi internado, com o objetivo de diminuir a letalidade.

Um dos coordenadores do comitê de contingenciamento, o médico Eduardo Yabuta explica que a identificação dos sintomas de modo prematuro possibilita um controle mais adequado ao paciente.

“A internação prematura permite que medidas terapêuticas sejam instituídas ainda no início da doença, evitando evoluções mais severas que necessitariam de terapia intensiva e, muitas vezes, respiradores artificiais”.

Problemas

Os munícipes da região também passam por problemas na realização dos testes e na divulgação dos resultados para a Covid-19.

No começo de junho, o Boqnews mostrou o caso de uma estudante universitária que só teve seu exame notificado pela policlínica do Marapé um mês depois de realizar o teste PCR.

As dificuldades ainda persistem, Nayra de Souza apresentou sintomas do coronavírus e buscou atendimento na UPA Central no dia 25 de julho. Ela realizou o teste, com promessa de entrega em uma semana.

O prazo foi prorrogado por mais duas semanas.

Em Guarujá, um jovem que não quis se identificar precisou pagar o exame, no qual deu positivo, pois a UPA não realizou seu segundo teste.

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