Inaugurado em junho de 2014 com um investimento público e privado superior a R$ 50 milhões, o Museu Pelé apresenta problemas aos visitantes que procuram o espaço, cujos ingressos custam R$ 10,00 (inteira).
Na terça-feira pela manhã (26), a reportagem do Boqnews esteve no local.
Alguns problemas chamam a atenção de quem visita o espaço turístico – único no mundo.
Nos andares superiores, sete fones de ouvidos instalados para que os frequentadores possam escutar as narrações e comentários que retratam lances do Atleta do Século durante as Copas de 58, 62, 66 e 70 se encontram remendados com fita adesiva.
Além do mau aspecto, em alguns casos é impossível utilizá-los.
Não bastasse, dos sete em mau estado, três fones estão com falhas, impossibilitando o uso em condições perfeitas.
Outra constatação foi a de que alguns monitores de TV não apresentam fones de ouvido, a despeito de estarem sendo exibidos em língua inglesa.
Campo de prejuízos
No instante em que o Boqnews esteve no local, não havia qualquer visitante.
Não é à toa que o espaço virou um escoadouro de prejuízos.
Nem a OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, AMA Brasil, que cuidou do empreendimento nos dois primeiros anos de funcionamento, conseguiu mantê-lo repassando ao Poder Público Municipal.
Nem o Santos FC, por sua vez, teve interesse em manter o empreendimento turístico – a despeito da importância do Atleta do Século para o clube.
Na ocasião, o Museu Pelé já registrava um prejuízo mensal de R$ 70 mil.
Vale lembrar que, em 2013, os governo estadual e federal, além da iniciativa privada, injetaram mais de R$ 50 milhões no secular imóvel.
À época, a construção foi coordenada pela Ama Brasil e a execução, pela MSC Engenharia.
Procurada, a Prefeitura de Santos informou que haverá a substituição dos fones até sexta (29), conforme assegurou o fornecedor.
De acordo com a Administração, a Secretaria de Turismo já se encontra com 30 fones novos.

Fones de ouvidos apresentam problemas e remendos com fita adesiva em vários locais do museu. Foto: Felipe Rey/Boqnews
Mais problemas
Não são apenas os fones que apresentaram defeitos.
Parte do forro na área central do telhado e próximo a uma das janelas do casarão, localizado no Valongo, também apresentam problemas.
Ambos apresentam buracos de grande proporção, prejudicando o ambiente de forma estética, mas com eventual risco de queda de gesso.
Assim, em resposta, a Administração afirma que uma das calhas do telhado do museu teve sua vazão de escoamento comprometida pela presença de um pombo morto.
Assim, “provocou o alastramento das águas pluviais, em função da intermitência da forte chuva registrada nos últimos 10 dias”.
“As águas pluviais foram se acumulando no forro, que acabou cedendo – primeiramente no centro do espaço expositivo e depois em área próxima a uma das janelas superiores”, afirma.
Vale ressaltar que, de sexta-feira (22) a segunda (25), o Museu esteve fechado para averiguação dos danos.
Assim, no período quando ficou fechado, o edifício passou por vistorias dos técnicos da Secretaria de Serviços Públicos (Seserp).
Os profissionais constataram a necessidade de recuperação do local.
“Importante frisar que a queda de pedaços do forro ocorreram de madrugada, não houve dano aos mostruários e objetos expostos. Muito menos à infraestrutura do casarão”, informou a Secretaria de Comunicação.
Licitação do Museu Pelé
Assim, a Prefeitura de Santos anunciou que as pinturas das fachadas do Museu Pelé começarão neste semestre.
A contratação da empresa que fará o serviço ainda não foi finalizada.
Desta forma, o procedimento ainda se encontra na fase de recursos.
A Prefeitura informou que o após prazo, será homologada a vencedora e divulgado o preço final.
“Concluída a licitação, é feito o empenho, assinado o contrato e emitida a ordem de serviço”, salienta.
O serviço terá prazo de seis meses para conclusão e o valor estimado será de R$ 465 mil, com recursos do Governo do Estado.
No entanto, durante o processo de licitação das empresas, apenas a Construtora Interiorana foi habilitada ao trabalho.
Eles ressaltaram que a empresa foi a única a apresentar a documentação legal para a execução do serviço.
Apesar dos prejuízos, a Secretaria de Turismo assegura não existe qualquer possibilidade do prédio ser entregue à iniciativa privada.

Parte do forro também cedeu em razão das chuvas. Prefeitura assegura que não há riscos aos frequentadores do local. Foto: Felipe Rey/Boqnews