Se um (a) munícipe quiser utilizar o transporte público municipal vai necessitar de paciência.
Em alguns casos, o tempo de espera ultrapassa duas horas.
Ou seja, é mais fácil ir a pé ou de bicicleta que utilizar uma linha municipal.
É o caso da 5, que faz a linha BNH à Praça da República, no Centro.
O mesmo trajeto pode ser feito em uma 1 hora e 10 minutos a pé, segundo o Google Maps.
Caro e ineficiente
Assim, não bastasse o santista pagar por uma das tarifas mais caras do país (R$ 4,85), os munícipes ainda precisam lidar com a falta de veículos.
Apesar de está na fase amarela do Plano São Paulo, a empresa Piracicabana responsável pelo transporte público na Cidade disponibiliza apenas 40% da frota em dias uteis e 20% nos fins de semanas e feriados, conforme confirma a Prefeitura de Santos.
Situação não alterada, mesmo com a queda nos índices de isolamento social.
Na semana passada, Santos registrou 40% apenas de isolamento, bem abaixo das médias anteriores e do próprio estado de São Paulo.
No mês de junho, a Defensoria Pública de SP enviou um ofício ao Poder Executivo de Santos exigindo que o transporte voltasse a normalidade.
Todavia, a folhinha mudou, mas a situação ainda não melhorou.
Linhas
Algumas linhas apresentam um tempo de espera acima do aceitável.
A equipe de reportagem do Boqnews conferiu nesta segunda (3) no aplicativo ‘Quanto Tempo Falta?’ o mapa dos itinerários.
O que chama a atenção é o horário da próxima partida.
Diversas linhas apresentaram um tempo de espera entre 30 a 40 minutos.
O cenário é ainda mais complicado para os passageiros que precisa utilizar as linhas 05, 08, 17, 20, 25, 53, 54, 80 e 158.
O intervalo da saída de um ônibus para outro varia de 45 minutos a mais de 2 horas.
Para se ter uma ideia, um usuário que precise utilizar a linha 05 e chegou no ponto às 12:32 vai ter que esperar até 14:30 para poder pegar o próximo veículo.
Os problemas se agravam também em linhas com maior número de passageiros, principalmente em horários de pico e aos fins de semana onde é necessário ter paciência.
Na tarde do último domingo (2), diversas pessoas provocaram aglomeração junto ao Ferry Boat, na Ponta da Praia, à espera de um ônibus.
Não bastasse, desde março, os seletivos não circulam pelas ruas de Santos, em razão dos veículos não terem possibilidade de abertura das janelas.
De acordo com a passageira, Andreia Souza a linha 77 apresenta muita demora “Antes da pandemia, você chegava no ponto e no máximo era 20 minutos de espera, hoje é necessário sair 40 minutos antes para ir ao trabalho”
Ela ainda ressaltou que utiliza também o 19 em algumas ocasiões. No entanto, por conta da falta de ônibus, a passageira opta pagar mais caro e faz a opção pelo transporte intermunicipal da EMTU.
Aplicativo
O aplicativo ‘Quanto Tempo Falta?’ não apresenta mais a tabela com os horários de saída dos ônibus ao longo dia, mostrando apenas a próxima partida.
Já no site não é possível visualizar ambos.
De acordo com o vereador Antônio Carlos Banha, a Piracicabana retirou estrategicamente a tabela horária dos ônibus.
“Talvez seja para não ser cobrada pelo Ministério Público”, destacou o parlamentar.
Já o serviço de monitoramento das linhas não apresenta falhas e o usuário pode ser programar para ir ao ponto, assim que o veículo estiver chegando.
Higienização
Em tempos de pandemia é essencial que os veículos sejam higienizados.
Além disso é importante evitar aglomerações, visto que o transporte público é um dos locais onde o vírus pode se espalhar facilmente.
Em nenhum ônibus de Santos há disponibilidade de álcool em gel para os passageiros.
Assim, a situação piora em dias de chuvas, onde há um aumento no número de usuários e os vidros são fechados pelos mesmos.
CET/Prefeitura
Questionada sobre a diminuição da frota, a Prefeitura emitiu a seguinte nota.
“A oferta de veículos é proporcional à demanda de passageiros que utilizam o serviço, visando também o equilíbrio econômico-financeiro do contrato”.
“Desde o início da pandemia, a Prefeitura, através da CET, vem disponibilizando frota em operação suficiente para garantir as recomendações de distanciamento estabelecidas pelas autoridades sanitárias”.
“Embora tenha havido flexibilização de algumas atividades comerciais, até o presente momento, não houve aumento significativo da demanda de passageiros no transporte público”.