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Foto: Carla Nascimento

Segurança

14 DE ABRIL DE 2023

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Com ondas de ataques e ameaças, escolas recebem reforço policial

Prefeitura de Santos buscará parcerias com universidades para encaminhar pessoal para atendimento psicológico nas escolas

Por: Vinícius Dantas
Da Redação

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Devido a onda de ataques às escolas e também tentativas e ameaças, medidas de segurança estão sendo tomadas pelo País, como, por exemplo, na cidade de Santos.

No início da semana, escolas amanheceram com viaturas da PM e da Guarda Municipal.

Assim como, a prefeitura, irá contratar seguranças para reforçar o patrulhamento nas escolas da rede municipal de ensino. Os governos estadual e federal também anunciaram medidas nesta linha.

Além das rondas escolares já executadas pelos efetivos da Guarda Civil Municipal (GCM) e da PM (Polícia Militar), as 86 Unidades Municipais de Ensino (UMEs) terão profissionais especializados nos locais de acessos dos alunos e funcionários.

A ação busca combater e prevenir ocorrências dentro e no entorno das unidades de ensino.

Além disso, se integram ao monitoramento por câmeras realizado pela Prefeitura de Santos.

Portanto, todas as unidades municipais são monitoradas 24 horas pelos equipamentos interligados ao Centro de Controle Operacional (CCO).

Uma novidade será a implantação do aplicativo ‘botão de alerta’, que poderá ser usado por professores ou outros servidores das escolas em situações de emergência. A apresentação da nova tecnologia ocorrerá na terça na Seduc.

O dispositivo emitirá um alerta para o Centro de Controle Operacional (CCO), que por sua vez, acionará as forças de segurança imediatamente para as unidades.

As equipes escolares receberão treinamento para uso do aplicativo. O sistema de monitoramento por câmeras, já em operação nas escolas, funcionará 24 horas. Com disparo de alarme quando houver qualquer tipo de invasão humana no entorno e no ambiente escolar.

Segurança

De acordo com conselheiro tutelar Raphael Moura, medidas são essenciais para este momento, como, por exemplo, o “botão de alerta” que pode prevenir riscos nas escolas.

Porém, ele reconhece que muitos pais têm o procurado nas últimas semanas. “Como conselheiro tutelar e pai informo as medidas de segurança que estão sendo adotadas, ressalto a importância da frequência escolar e peço que invistam sempre no diálogo aberto com a escola.”

Moura enfatiza que a ação não fica apenas em âmbito escolar, pois o pedagogo atua junto com outros órgãos de proteção, sendo um deles a polícia. “É uma voz de discernimento e acolhimento, recebe todas as informações e age com intuito de cuidar, educar e proteger sendo fundamental o diálogo entre a escola e a segurança pública”.

Medidas

Segundo informações da Agência Brasil, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, assinou, na última terça (11), o edital de chamamento público para ampliar o programa de segurança nas escolas.

Haverá o investimento de R$ 150 milhões com recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).

Pais

Com um cenário de violência e ameaças, os pais começam a ficar assustados e precisam decidir se o filho vai ou não para a escola.

Para se ter noção, o estivador Alexandre Mendes contou que seu enteado não foi para a escola, pois uma menina levou uma faca para uma escola de Vicente de Carvalho, em Guarujá.

De acordo com Mendes, hoje há um clima de insegurança. “Isso assustou muito a gente e decidimos não deixá-lo ir para escola em virtude desse clima de insegurança, que está ocorrendo não só aqui, mas no Brasil inteiro, além das fake news sobre os ataques”

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com SaferNet Brasil, criou um canal exclusivo para recebimento de informações de ameaças e ataques contra as escolas.

Qualquer informação é bem-vinda. Além disso, todas as denúncias são anônimas e as informações enviadas serão mantidas sob sigilo.

Universidades

O que preocupa parentes, familiares e estudantes é que não são apenas escolas que estão recebendo ameaças, mas também há boatos de ataques em unidades universitárias.

Como foi o caso do Centro Universitário Lusíada (Unilus) em Santos que cancelou as aulas nesta última quarta (12).

A próxima ação divulgada será na quinta (20). Nada ocorreu, porém, em qualquer institutição de ensino.

Redes Sociais

Atualmente, por conta do alto índice de acesso às redes sociais, que exercem forte influência sobre a atitude de jovens e adolescentes, seja de forma positiva ou negativa, elas não podem ser a razão desses problemas.

Afinal, as redes também podem servir para denunciar mensagens negativas ou fake news e melhorar a comunicação entre alunos, professores e educadores.

Conforme o jornalista e professor mestre em Comunicação Social, Helder Marques, é fundamental o controle nas redes sociais. “As big techs que controlam as redes sociais precisam criar mecanismos para evitar mensagens de ódio que proliferam na internet, não só na deep web, mas redes abertas às crianças, adolescentes, que estão vivendo num mundo novo, onde tudo isso é possível”.

Tratando-se do procedimento de segurança nas escolas, ele cita que acredita em uma fiscalização mais rígida na entrada das escolas.

Além da criação do acesso por meio de impressão digital ou identificação.

Assim como, a presença de um profissional na porta da escola, que saiba filtrar conhecendo quem pode ou não entrar no recinto escolar.

Imprensa

Um ponto considerável é que por conta de ataques e massacres, qual a decisão da imprensa sobre cobrir ou não esses eventos?

Todavia, um fato marcante é que alguns órgãos de comunicação decidiram não publicar o nome, nem foto ou imagem do agressor.

Ele acredita ser uma iniciativa válida, mas com pouco resultado prático.

A justificativa, segundo ele, é que alguns órgãos da imprensa tradicional e outros na internet não estão cumprindo essa determinação.

Portanto, foi uma atitude isolada de alguns veículos, sem ocorrer uma discussão mais aprofundada sobre essa questão.

O jornalista ressalta que a informação é necessária, mesmo que seja dramática, trágica e que afete a todos. “O que temos que discutir é como a imprensa pode ajudar a prevenir ou minimizar a ocorrência desse tipo de ataque”.

Sobre como a imprensa pode auxiliar para evitar esses casos, ele expõe sua visão. “A imprensa pode ajudar na campanha pela cultura da paz e que esse tema seja permanente nas escolas. Talvez até uma disciplina que percorra várias séries onde se discuta esse assunto. Não só por alunos, mas também seja frequente nas reuniões das escolas, evitando medidas repressivas que podem até acabar gerando incômodo. O ambiente escolar tem que ser de liberdade, reflexão, não de medo e repressão.”

Desse modo, é necessário não apenas controlar o interior mas o exterior da escola, como o ambiente familiar, psicológico e as redes sociais, para a escola se tornar um ambiente saudável. A comunicação é inevitável como os tempos atuais.

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