O que era para ser um alívio, acabou se tornando um transtorno aos moradores e comerciantes que tiveram as calçadas do condomínio Martins Fontes (o popular Jau) e seu entorno contemplados pelo programa Calçada Para Todos. O projeto, que tem como princípio padronizar, propor acessibilidade e segurança nos passeios públicos de Santos, deixou, por longos meses, calçadas inacabadas e com resquícios de sujeira (ver fotos no quadro ao lado), prejudicando a circulação de munícipes.
As calçadas com desnível, de acordo com o vereador Zequinha Teixeira – responsável por promover audiências públicas na região -, era um dos principais problemas apontado pelos moradores do condomínio. “O conjunto é habitado por muitos idosos e era bastante comum vermos acidentes por conta da precariedade dos passeios”, ressalta.
Entretanto, a demora para conclusão da obra acabou gerando problemas ainda maiores. Tânia Simões, moradora da rua Alexandre Fleming, reclama que o espaço entre a calçada e a rua, por estar sem a grama, interfere na segurança dos munícipes, que não conseguem atravessar a via sem terem que “pular” pela área inacabada — em dias de chuva, por exemplo, este espaçamento onde serão instaladas as concregramas tornam-se largas poças de água.
A reforma também atingiu parte da Avenida Pedro Lessa. O comerciante Heriko Bernardo teve a calçada do seu estabelecimento inteiramente quebrada. Ele conta que não foi notificado sobre o início das obras. “Não falaram nada. Houve um dia que simplesmente quebraram toda a minha calçada”, destaca. “Ninguém sabia de nada. Se eu não limpasse, ficaria tudo sujo”. Segundo Heriko, demoraram cerca de 40 dias para o passeio ficar plenamente acessível.
A primeira etapa da construção de passeios acessíveis nesta região da Cidade começou em junho de 2015, com alinhamento e pavimentação das calçadas. A previsão para o término das obras era novembro do mesmo ano.
Por meio de nota, a Prefeitura de Santos esclarece que “a verba para a realização do projeto foi conquistada por meio de emenda parlamentar, porém a Prefeitura ainda não recebeu o valor para as intervenções”. Por conta disso, não existe um prazo para a obra ser entregue, pois depende do repasse federal para a sua conclusão.