A presidente Dilma Rousseff já percebeu que não terá vida fácil com os parlamentares da base aliada. Em razão das denúncias contra o Ministério dos Transportes, antes sob direção do PR, o partido caiu fora do apoio ao governo. Na semana passada, foi a vez do Ministério do Turismo receber uma faxina geral por parte da Polícia Federal, com direito a prisões e críticas do próprio governo em relação ao suposto abuso da PF. O ministro Pedro Novais foi indicado por José Sarney (PMDB). Afinal, quem tem um padrinho como este, não morre pagão.
Além disso, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que já foi presidente da Codesp sem deixar saudades, é alvo cada vez mais constante de denúncias na Imprensa por esquemas de corrupção envolvendo sua pasta. Rossi, porém, é do mesmo partido e comunga das mesmas afinidades com o vice-presidente Michel Temer, ambos do PMDB. Pela lógica, Dilma não deve mexer neste vespeiro apesar de estar tentada para tanto. A presidente percebeu que não é fácil ser linha dura e combater os males da corrupção que ocorrem nos governos, mesmo que os governantes eleitos nem imaginem que isso ocorra. A máquina pública é feroz e corporativista.