Referência na luta contra a Aids, Gapa precisa de apoio para sobreviver | Boqnews
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35 anos de lutas

29 DE AGOSTO DE 2023

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Referência na luta contra a Aids, Gapa precisa de apoio para sobreviver

Há 35 anos, GAPA é referência nacional no apoio a portadores e familiares vítimas da Aids. A entidade necessita de apoio para fechar as contas

Por: Da Redação

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Em 1988, a Aids era considerada o mal do século.

Uma doença que representava um atestado de óbito para quem era infectado.

Homens, mulheres, bebês, mas principalmente homossexuais eram as principais vítimas da doença.

Vanguardista, Santos se tornou referência no atendimento e acolhimento aos portadores da doença.

Assim, a Cidade começou a receber pacientes de diversos cantos do País.

Como reflexo, ganhou o título de Capital da Aids do Brasil – um estigma que perdurou por longos anos.

O tempo passou, muitos perderam a luta contra a doença ao longo do caminho, mas outros continuam na sua sobrevivência diária.

Ao lado destes pacientes, deve-se ressaltar o trabalho desenvolvido por uma ONG – Organização Não Governamental, que buscou sempre dar apoio a quem mais necessitava, vítima da doença.

Afinal, a AIDS mata de várias formas: não só diante de sua letalidade, mas também em razão do preconceito reinante.

O tempo passou, mas o GAPA-BS não fugiu dos seus princípios ao longo dos seus 35 anos de atividades ininterruptas.

Luta, aliás, possível graças a uma mulher guerreira que nunca desistiu das suas ações sociais, a despeito de tantas dificuldades: Nanci Alonso.

Nanci Alonso, uma batalhadora na luta contra o HIV

Presidente do Gapa, Nanci participou do Jornal Enfoque desta segunda (28), onde relatou a história e as dificuldades que a entidade sofre.

Atualmente, 67 famílias são assistidas pela entidade, que presta não apenas apoio psicológico e de atividades diversas, mas também de fornecimento de cestas básicas.

“Muitas destas pessoas moram em áreas extremamente periféricas e sequer tem o que se alimentar”, emociona-se.

A despeito do trabalho desenvolvido, os recursos recebidos são cada vez mais escassos.

Com gastos mensais de R$ 24 mil “no mínimo”, a entidade recebe R$ 5 mil mensais repassados pela Prefeitura.

E espera que o valor seja ampliado para R$ 20 mil, conforme discutido com o prefeito Rogério Santos.

Ele confirmou o encontro e também a possibilidade de reajuste.

Aliás, Santos falou sobre o assunto durante o Jornal Enfoque desta terça (29).

Verbas parlamentares

Enquanto isso, ela aguarda pelas tão discutidas verbas parlamentares encaminhadas pelos vereadores, mas cujos atrasos de repasse são constantes.

“Se o termo de fomento não for aprovado até o final do mês não teremos condições de pagar o aluguel nem garantir as cestas básicas”, lamenta.

Aliás, os atrasos nos repasses têm sido constantes, diante da burocracia para liberação dos recursos.

A reclamação não é só das entidades, mas também dos próprios vereadores, sejam da base ou não.

“Não é favor algum. As entidades realizam um trabalho que a prefeitura não faz”, dispara.

Na sessão desta terça (29) na Câmara, vereadores voltaram a reclamar dos atrasos nos repasses.

Rui de Rosis (União), aliás, citou a entrevista da presidente do Gapa ao Jornal Enfoque como exemplo na demora dos recursos recebidos das emendas dos vereadores.

“A entidade é a mesma. Não há motivos para tanta demora”, salientou a gestora do Gapa durante o programa.

Aliás, mesma linha de raciocínio dos edis que falaram sobre o assunto na sessão da Câmara.

Lentidão nos repasses

Cada vereador tem direito a cerca de R$ 2 milhões em emendas, sendo 50% destinados à área de Saúde – justamente a que enfrenta mais lentidão no repasse.

Na semana passada, o Diário Oficial publicou a autorização do repasse de recursos para 39 entidades.

Houve até necessidade de sessões extras matutinas na Câmara para agilizar os procedimentos de liberação de verbas.

Afinal, caso os repasses não ocorram no prazo, o dinheiro não pode passar para o ano seguinte, tendo que ser devolvido.

“Isso impede qualquer planejamento”, lamenta.

Nanci também reclama que – de forma geral – o GAPA BS não é contemplado por emendas concedidas por parlamentares federais nem estaduais.

“Apenas a equipe do deputado Tenente Coimbra (PL) nos procurou”, salientou.

À frente do GAPA BS desde a fundação, Nanci Alonso falou dos desafios da instituição, que completa 35 anos de atividades. Foto: Carla Nascimento

Atuação na rua

A despeito da AIDS não ter cura, as ações públicas e de divulgação pela mídia sobre a doença se limitam às datas específicas como o dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Combate à Aids,  e ao Carnaval.

“E os demais dias do ano?”, indaga.

Aliás, ela lamenta que nem escolas nem secretarias de Educação procuram o GAPA para divulgação sobre a doença e ações para jovens e adolescentes.

Aliás, justamente a faixa etária cujos números crescem em maior velocidade.

“É o GAPA que procura para fazer as parcerias”, lamenta.

“Afinal, qual a política de saúde pública está sendo realizada no País?”, questiona.

Ela enfatiza que os estados do Norte e Nordeste registram casos crescentes, especialmente entre meninas adolescentes – e bebês.

Não bastasse, o preconceito esconde os números reais da doença.

“Existem pessoas que têm AIDS, mas a esconde da família por décadas”, diz.

 

Números e cenário

Apesar da queda do ritmo de novos casos da doença, vale ressaltar que a AIDS não tem cura.

No mundo, conforme relatório da UNAIDS, o número de pessoas em tratamento de HIV aumentou 1,47 milhão em 2021 – menor número desde 2009.

De qualquer forma, uma quantidade expressiva.

Afinal, todos os dias, 4 mil pessoas — dentre elas, 1,1 mil jovens de 15 a 24 anos — se infectam pelo HIV.

Europa Oriental, Ásia Central, Oriente Médio, Norte da África e América Latina registram os maiores crescimentos.

Nanci Alonso lamenta que apesar da gravidade, a doença não recebe mais o mesmo tratamento e atenção da mídia – e dos jovens.

“O tratamento não é 100% eficaz, pois se a pessoa se infecta terá problemas colaterais para o resto da vida”, enfatiza.

Ela também lamenta as mudanças na abordagem do assunto por parte da Imprensa.

“Há necessidade de maior apoio da mídia para divulgação sobre a doença e a própria entidade”, ressalta.

Gapa

 

Como ajudar

Quem quiser ajudar o GAPA poderá fazê-lo por meio de doações para o bazar da entidade, principal fonte de renda da entidade.

Sejam roupas e outros objetos, até caixa de sapato e potes de sorvete – usadas para confecção de artesanatos pelos atendidos pela entidade.

Dessa forma, no site da instituição, é possível ajudar (acesse o link aqui)

BANCO DO BRASIL

AGENCIA: 3021-X
CONTA CORRENTE: 1289-0
FAVORECIDO: GRUPO DE APOIO A PREVENÇĀO A AIDS DA BAXADA SANTISTA. GAPA/BS
CNPJ: 57.731.218/0001-33

“Qualquer valor nos ajuda a manter esta causa”, enfatiza Nanci.

Além disso, também há opção de ser voluntário.

Basta entrar em contato pelo telefone (13) 3222-3109.

Dessa forma, agende um horário com a assistente social do GAPA.

 

Confira o programa completo

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