Em meio à tragédia da queda da aeronave do então candidato à presidência da República, Eduardo Campos, ocorrida em 13 de agosto de 2014, um flamboyant resistiu a tudo.
Hoje, a árvore é um símbolo que pode ser o ponto de partida de um memorial a ser construído a poucos metros do local da tragédia, a Praça Matsutaro Uehara (Tarô), na confluência das ruas Alexandre Herculano e Vahia de Abreu, no Boqueirão.
O avião caiu nos fundos de um bosque da casa localizada no número 113 da Rua Alexandre Herculano.
A proposta é defendida pelo geógrafo Lufe Bittencourt, filho dos proprietários do imóvel onde a aeronave caiu.
“Há uns 18 meses idealizei uma forma de poupar de ser cortado o flamboyant resiliente, com a criação do Memorial 13 de Agosto em homenagem às vítimas fatais do sinistro e aos moradores da localidade que tiveram suas vidas tão impactadas pelo infortúnio”, salienta.
Ele explica que já contatou as autoridades municipais.
Além disso, ele já protocolou o pedido no Poupatempo para obtenção das liberações visando a criação do Memorial.
“Estou negociando com um patrocinador a edificação do espaço, com a presença da árvore sobrevivente do quintal-bosque da casa, como a finalização da reforma do projeto original da praça. Tudo a custo zero para a prefeitura”, explica.
O local passa por reformas de revitalização, incluindo instalação de espaço para lazer e atividades físicas, conforme faixa indicativa já instalada no local.
Prefeitura de Santos
Tragédia
Com a queda do jatinho Cessna 560XL, o imóvel da Rua Alexandre Herculano, 113, não pode ter reconstrução, pois um perito condenou a casa afirmando que suas estruturas foram abaladas.
E a única alternativa seria a demolição.
Desde então, a casa está inabitada, mas mantida pela família do geógrafo.
A casa possui divisão em duas partes.
A parte mais antiga situa-se na frente do imóvel, com reforma realizada antes da queda aeronave, com 217 m2 (térreo e pavimento superior).
Atrás, uma casa mais recente, que tinha 20 anos à época da tragédia, possui 425 m2 (térreo, dois pavimentos e cobertura).
Ao todo, são 642 m2, além de 173 m2 de mancha de vegetação, totalizando 815 m2.
“Quanto terminadas as obras de acabamento, ela se transformaria numa mansão, com um total de 42 cômodos, contando com piscina e uma ampla cobertura com infraestrutura completa, 2 suítes master com vista para a vegetação e a piscina, cozinha completa com amplo espaço, biblioteca/escritório. Mas que nunca terminou devido a queda do avião em nosso terreno”, explica.
“Assim, um lindo sonho se transformou em pesadelo, com custo inviável para sua reconstrução, pois a demolição deveria ser total, com reconstrução do zero”.
Bittencourt lembra que o imóvel era habitado pelos seus pais por mais de 40 anos, que tinham planos para ampliação do espaço com a construção de uma sala de jogos e oficina.
Além disso, uma quadra de esportes compacta no local.
Justiça
Tudo, infelizmente, foi deixado de lado diante da tragédia. Sendo assim, cujas indenizações estão longe de ter um final – algo que o geógrafo espera para que seus pais possam ver Justiça enquanto estão vivos – com idades entre 85 e 96 anos.
Ele lembra que sua família entrou na justiça contra o Partido Socialista Brasileira (PSB), partido do então candidato Eduardo Campos.
No entanto, até agora não houve o pagamento de nada.
“Um acórdão do STJ – Superior Tribunal de Justiça isentou o PSB de pagamento de qualquer tipo de indenização, pois o mesmo não era dono do aeronave e nem a seguradora desta, tão apenas seu usufrutuário”, diz.
Ele enfatiza que, assim como outras vítimas, sua família entrou com um processo contra o dono da aeronave que transportava o ex-candidato, e o mesmo ‘se encontra em fase decisiva’.
PSB
O PSB informa que a maior parte dos processos já foi favorável ao partido. “Aguardaremos a decisão da Justiça sobre os demais processos. Entendemos que a responsabilidade é da empresa proprietária da aeronave”.
AF Andrade
Desse modo, segundo matéria que teve publicação na Folha de São Paulo, a empresa proprietária da aeronave AF Andrade justificou que está em recuperação judicial. E que não tinha mais a posse da aeronave em agosto de 2014 porque já teria sido vendida aos empresários João Lyra e Apolo Vieira. Procurado, o escritório de advocacia que representa os dois não se manifestou.
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