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02 DE MARÇO DE 2012

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Mulheres predominam na Cidade

Em dez anos, o Brasil passou a ter quase 4 milhões de mulheres a mais do que homens, segundo dados do Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o estudo, a relação entre os gêneros é de 96 homens para cada 100 mulheres. Seguindo a tendência nacional, Santos está […]

Por: Da Redação

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Em dez anos, o Brasil passou a ter quase 4 milhões de mulheres a mais do que homens, segundo dados do Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o estudo, a relação entre os gêneros é de 96 homens para cada 100 mulheres.
Seguindo a tendência nacional, Santos está no topo da lista das cidades que mais possuem mulheres proporcionalmente ao sexo oposto. Na Cidade, a conta é de  84,3 homens para cada 100 mulheres, o que representa 18% a mais de representantes do sexo feminino.
A diferença já começa a surgir a partir dos 20 anos. O número influencia o comércio varejista e atacadista da Cidade. Do total de lojas cadastradas na prefeitura em 2011, 23,6% são voltados exclusivamente para o público feminino, como comércio de bijouterias, vestuário e perfumaria. 
A diferença pode ser observada também nas ruas e, principalmente, nos bares e baladas. Segundo Michel Pereira, proprietário do Torto Bar, o público feminino sempre foi predominante. “Raramente vemos a casa com o número equilibrado de homens e mulheres”, diz.
Cena positiva para os homens, que procuram uma companheira. Já para as mulheres, a dificuldade em encontrar alguém é grande, por conta da alta competitividade. “Sinto-me em desvantagem diante da terrível lei da procura e da oferta. Com tantas possibilidades e facilidades para homens ficou muito mais fácil encontrar mulheres que se encaixem no tipo de relação que pretendem viver. Contudo, vejo que as mulheres estão mais libertas do que há tempos atrás, menos dependentes e mais dispostas a viverem quantas experiências sejam necessárias até encontrar um cara bacana para se envolver de verdade”, acredita a professora Daniella Silva de Oliveira. 
Para ela, é principalmente nas baladas onde se revela o quanto as jovens mulheres santistas sofrem. “Produzimo-nos da cabeça aos pés e quando chegamos à balada para arrasar, o “gatinho” está de chinelo de dedo. Fora a desproporção de – muitas vezes – chegar a seis mulheres para um homem. Ainda bem que os vicentinos e os cubatenses têm vindo curtir as baladas santistas”, ressalta, rindo. 
A empresária Simone Miranda é um exemplo de que a situação está difícil por aqui e que, muitas vezes, a solução é se relacionar com pessoas de outras cidades. Em uma viagem a negócios, Simone conheceu seu atual namorado – um carioca que mora atualmente em Porto Alegre. “Na cidade está muito difícil achar alguém solteiro e com qualidades”, diz. 


Explicações
O fenômeno, segundo o demógrafo do IBGE, Gabriel Mendes Borges, acontece por diferentes fatores. O primeiro é o fator biológico – mesmo nascendo menos mulheres, os homens morrem mais naturalmente. A mortalidade nos primeiros anos é maior entre os meninos, por exemplo. “Outra causa – com impacto forte- que se acentua, principalmente, a partir dos 20 anos, são as fatalidades por violência, acidentes de carros, entre outros fatores, que vitimam mais homens”, explica. 
Além disso, o pesquisador lembra o fato de Santos ter uma população na terceira idade bastante alta. “Depois dos 75 anos, por exemplo, existe quase o dobro de mulheres. Por conta da população acima de 60 anos, Santos estará sempre entre as primeiras cidades a apresentar esta diferença”, acrescenta. 
De acordo com o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos (Nese), da Universidade Santa Cecília, Jorge Manuel de Souza Ferreira, é possível perceber também a migração natural dos homens santistas – que buscam oportunidades fora, principalmente, na Capital. “Esta busca por vagas em outros municípios, estados ou mesmo países é algo que ainda acontece mais entre os homens”, ressalta. 
Já de acordo com o demógrafo Miguel Borges isto realmente ocorre, porém os últimos dados sobre migração não mostram um grande diferencial por sexo na Cidade. “Desta forma, o maior número de mulheres no município é realmente devido ao diferencial de mortalidade entre os sexos, aliado à terceira idade”, explica.
O demógrafo acredita que este efeito migratório pode começar a acontecer realmente nos próximos anos, com as novas vagas que surgirão em razão da cadeia de gás e petróleo, principalmente com a migração de homens para a Cidade. “A diferença, principalmente na faixa etária das pessoas profissionalmente ativas, pode começar a dar uma equilibrada”, acredita.
No mercado de trabalho, mulheres ainda são minoria
Mesmo sendo maioria na Cidade após os 20 anos, as mulheres ainda são minoria no mercado de trabalho. Dado que pode ser confirmado pela último levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos (Nese), da Universidade Santa Cecília, em setembro do ano passado (veja quadro ao lado).  
De acordo com o pesquisador e coordenador Jorge Manuel de Souza Ferreira, ainda existe uma preferência dos empregadores por contratar homens. “Esta restrição é algo histórico, que já está mudando, mas muitos ainda continuam com receio em relação a contratar mulheres em idade fértil por conta do período de licença, entre outros fatores. Muitas vezes, mesmo em condições de igualdade para disputar a vaga, elas ainda acabam perdendo para o sexo oposto por motivos como este”, explica.
“No geral, a maior taxa de desemprego acontece na faixa dos 16 aos 24 anos, principalmente, por conta da escolaridade. É necessário que todos busquem se qualificar. Analisar o que o mercado está precisando e na sua área buscar cada vez mais aperfeiçoamento”, explica. Entre os desempregados, por exemplo, 3,45% das mulheres possuem o Ensino Fundamental incompleto. Já em relação ao Ensino Médio incompleto o número de homens sobe para 15,15% contra apenas 3,45% de mulheres. Em nível superior, existem mais mulheres desempregadas com diploma (17,24%), do que homens (9,09%). 
A pesquisa mostra que o grau de escolaridade e a procura por qualificação da mulher é maior. “O que pode ser analisado nos bancos escolares na busca por qualificação”, explica. Neste sentido, Jorge Manuel acredita que a situação pode ficar mais equilibrada nos próximos anos. 

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