A Secretaria de Saúde de Santos realizou um mutirão de combate ao mosquito Aedes aegypti nos dias 19 e 20 de março, no bairro Marapé. A ação foi motivada pela alta infestação de mosquitos nas armadilhas espalhadas pela região e pelo crescente número de casos de dengue. Durante o mutirão, 57 agentes de combate a endemias vistoriaram 4.237 imóveis, eliminando 61 focos de larvas do mosquito.
Apesar dos esforços, o mutirão deste ano revelou um grande desafio: as recusas dos moradores. Mesmo com uniformes e crachá, os agentes foram impedidos de entrar em 1.066 residências. Para garantir a continuidade das ações, um novo mutirão está previsto para este sábado (22), podendo ser cancelado em caso de chuva.
A empresa Terra Santos colaborou com a Secretaria de Saúde, disponibilizando 25 agentes e um caminhão para a retirada de materiais inservíveis, que podem se tornar criadouros do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana.
Outono exige maior atenção
Com a chegada do outono, a população deve redobrar a atenção, já que, historicamente, os meses de abril e maio registram o maior número de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A previsão meteorológica aponta para um outono quente e úmido, similar ao verão, o que aumenta o risco de proliferação do mosquito. Por isso, a Prefeitura segue investindo na conscientização da população como principal medida de prevenção.
Durante os mutirões, a equipe de Informação, Educação e Comunicação (IEC) também participou com ações educativas. Na quarta-feira (19), os agentes realizaram um pedágio educativo, e na quinta-feira (20), promoveram uma ação na sala de espera da Policlínica do Marapé. Luciana Luciano, vigilante de 52 anos, compartilhou sua experiência com a doença, já tendo contraído dengue hemorrágica quatro vezes. Ela destacou a importância do trabalho dos agentes e a conscientização sobre os cuidados com a água parada, recomendando a colaboração dos moradores com as ações de combate.
Prevenção é a chave para combater a dengue
O aposentado Manoel Messias, de 81 anos, foi outro morador a demonstrar seu compromisso com a prevenção. Ele contou que não encontrou focos do mosquito em sua casa, pois cuida diariamente para evitar o acúmulo de água em objetos como pratos de vasos de plantas. A Secretaria de Saúde orienta que cada família faça uma vistoria semanal, com atenção especial para locais que acumulam água, como ralos, piscinas e caixas d’água.
Balanço de ações
Os mutirões realizados em 2025 já eliminaram 716 focos com larvas do mosquito. A cidade registrou 156 casos de dengue e 3 de chikungunya até o momento.
O mosquito Aedes aegypti
As fêmeas do Aedes aegypti depositam seus ovos em locais com água parada, e, para eclodirem, os ovos necessitam de calor e água. As larvas se transformam em pupas e, posteriormente, em mosquitos. Somente as fêmeas se alimentam de sangue humano, o que é necessário para a maturação dos ovos. Se essas fêmeas picarem pessoas infectadas por doenças como dengue ou chikungunya, elas podem transmitir os vírus para outros indivíduos.
Vacinação contra a dengue
A vacina contra a dengue está disponível nas policlínicas para crianças e jovens de 10 a 14 anos. Para completar o esquema vacinal, são necessárias duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Dicas de prevenção
Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas.
Verifique pias e ralos, vedando vazamentos e tampando com tela.
Limpe bandejas externas de geladeiras e mantenha-as secas.
Mantenha tampados vasos sanitários e caixas de descarga.
Verifique calhas e lajes para sinais de umidade e providencie soluções para acúmulos de água.
Verifique a condição das tampas das caixas d’água e repare as que estiverem danificadas.
Limpe fontes ornamentais, bebedouros de animais e piscinas regularmente.
Estratégias de combate o Aedes aegypti durante todo o ano
Visitações casa a casa e mutirões semanais nos bairros.
Visitas mensais a imóveis especiais e pontos estratégicos, como escolas, hotéis, borracharias e ferros-velhos.
Aplicação de inseticida (nebulização) no entorno das residências de pessoas infectadas.
Monitoramento com armadilhas distribuídas pela cidade, que são analisadas semanalmente.
Uso de drones para monitorar locais de difícil acesso.
Atividades educativas em escolas, empresas e eventos.
Acompanhamento epidemiológico de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Atendimento a denúncias por meio da Ouvidoria Municipal (telefone 162 ou site).
A luta contra o Aedes aegypti continua, e a colaboração da população é essencial para erradicar o mosquito e prevenir as doenças transmitidas por ele.
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