Números mostram tendência de alta em internações na Baixada Santista | Boqnews
Foto: Divulgação

Covid-19

30 DE OUTUBRO DE 2020

Números mostram tendência de alta em internações na Baixada Santista

Aumento de casos de Covid na região se reflete no crescimento de internações tanto em leitos SUS e particulares. Hospitais já registram alta na demanda.

Por: Fernando De Maria

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Após registrar uma tendência de queda no total de internações no mês de setembro entre os hospitais da Baixada Santista, outubro se encerra em alta tanto na ocupação de leitos de enfermaria, como os de UTIs, destinados a pacientes em casos mais graves.

Ainda que os números de internações estejam  distantes do período mais crítico da pandemia na região – especialmente entre junho e meados de agosto -, eles sinalizam uma elevação de pacientes internados pela doença.

Isso fica mais claro ao comparar com setembro, que apresentou uma queda mais acentuada em relação ao mês anterior (agosto).

“O sinal laranja está aceso”, reconhece o médico infectologista Evaldo Stanislau, profissional que está na linha de frente de atendimento a pacientes sobre a doença tanto em sua atuação em unidade hospitalar e em seu próprio consultório.

“Aumentaram o volume de consultas e internações nas últimas semanas. Em fóruns técnicos,  fiz a recomendação de manter um alerta para remobilizar e ampliar leitos, se necessário”, acrescenta.

Números confirmam alta

Todos indicadores das últimas semanas revelam uma tendência de crescimento de internações em hospitais públicos e privados da região.

Ou seja, a região entrará em novembro com indicadores piores que no início de outubro.

Aliás, das 17 regiões no estado, 15 estão com tendência de queda e apenas uma em alta (Araçatuba).

A Baixada Santista está praticamente na mesma (0% na quarta, dia 28, e  -0,6% na quinta, dia 29), mas os números tendem a indicar uma reversão brevemente deste quadro, diante dos últimos registros de vários indicadores.

Portanto, tudo que foi avançado em setembro com queda em vários indicadores estará se perdendo em outubro.

Por exemplo, a média móvel atual é de 38 internações novas/dia.

Já a média móvel é de 36 internações na última semana.

Números semelhantes a 16 de setembro – ou seja, após o recuo, percebe-se nitidamente uma elevação no volume de internações neste período.

Por sua vez, a média estadual de internações caiu 15,5%.

Os dados tomam base os números divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde, via Fundação Seade.

Média móvel 

No mês passado (com 30 dias), foram 909 internações, contra 904 até 29 de outubro em hospitais da Baixada Santista.

E claramente com tendência de elevação de casos nos próximos dias.

Afinal, basta comparar a média móvel de internações, que tem aumentado diariamente.

A média móvel é a média de casos ou mortes dos últimos sete dias.

Em 1º de setembro, era de 40.

No final daquele mês, fechou com 26 internações. Queda de 35%.

Por sua vez, outubro iniciou com média móvel de 27 pacientes internados.

Já na quinta (29), fechou com 36 internações – maior indicador desde 16 de setembro.

Alta de 33% – fora, portanto, da chamada estabilidade (variações de até 15% para mais ou menos).

Além disso, a variação percentual dos últimos 28 dias no total de pacientes internados tem caído sucessivamente.

Ou seja, mais gente sendo internada na comparação entre os períodos, tomando como base setembro, que havia registrado redução em relação ao mês anterior.

Indicadores que foram perdidos ao longo de outubro, especialmente a partir do dia 14, o que reforça a preocupação de Stanislau.

Afinal, no dia 8 de outubro, a taxa era -25,3%, índice que foi caindo diariamente até quinta (29), quando praticamente zerou (-0,57%).

Mais leitos ocupados e pacientes internados nas UTIs

Data       Pacientes UTI (média móvel 7 dias)      Ocupação de leitos        Variação nos últimos 28 dias

8/10                       108,14                                                     26,43                                  -25,3%

14/10                      108,86                                                   26,62                                  – 27,71%

21/10                      121,43                                                    30,59                                  -16,44%

29/10                     135,86                                                    36,27                                    -0,57%

Fonte: Secretaria de Saúde do Estado/Fundação Seade – Coronavírus

 

Tanto os leitos SUS como particulares tiveram aumento de pacientes nas últimas semanas, em especial nas UTIs, onde estão os casos mais graves. Foto: Agência Brasil

UTIs

 

A despeito da sobra de leitos, preocupa um crescimento de pacientes internados em UTIs, justamente os que apresentam o quadro de maior gravidade.

Não é á toa que a ocupação média de pacientes neste estado aumentou 25,6% entre 8 de outubro (dados mais antigos disponíveis no portal da Secretaria de Saúde) até quinta (29).

E de leitos em geral, com elevação de 37,2%, passando de 26,43% para 36,27% no período.

Vale ressalvar que em decorrência da redução dos casos nos últimos meses, houve a natural redução de leitos (em 13 de agosto, eram 758 e hoje são 618) – queda de 18,4% para o Covid-19, sejam públicos e privados somente em Santos, onde se concentram os maiores hospitais e volume de leitos públicos e privados.

E isso fica claro na comparação de dados dos hospitais.

Hoje, são 350 leitos públicos e 268 privados para tratamento de pacientes do Covid-19 em Santos.

Em agosto (dia 13), eram 758 leitos disponíveis.

Alguns reabriram leitos e outros já estão com capacidade plena ocupada para pacientes da Covid-19 (os nomes não são divulgados pela Prefeitura de Santos).

“Dos oito hospitais particulares, um deles está com ocupação máxima dos atuais leitos de UTI disponíveis e outro da atual oferta de leitos de clínica médica. A pasta não tem autorização para divulgar os dados individualizados das instituições privadas”, informou a Administração em nota.

 

Santa Casa

Hospital registra elevação de pacientes internados nos últimos 30 dias. Foto: Divulgação

 

Hospitais

Na Santa Casa, em 29 de setembro, eram 16 pacientes internados em leitos de enfermaria e 10 em UTIs.

Um mês depois, já eram 24 pacientes internados em enfermaria e 15 em UTIs.

O hospital oferta, mediante demanda, para o SUS, 30 leitos de enfermaria e 30 leitos de UTI.

Para convênios, são 30 leitos de enfermaria e 20 leitos de UTI, também exclusivos para casos de Covid-19.

Já o Hospital Ana Costa informa, em nota, “que está atento à retomada da evolução de casos de Covid-19 em Santos e se mantém integralmente mobilizado para fazer frente à pandemia. Em resposta ao cenário atual, o hospital abriu 10 novos leitos de UTIs exclusivos para pacientes com Covid-19 e segue operando dentro de sua capacidade normal de atendimento”.

Na unidade Santos da Casa de Saúde, os 13 leitos de enfermaria estão com ocupação máxima, enquanto 12 leitos de UTI estão 50% ocupados.

Já na unidade Praia Grande, dos 29 leitos de enfermaria, apenas 3 estão ocupados, mesma quantidade do total de leitos preenchidos na UTI, de um  total de 10 disponíveis aos pacientes.

Por sua vez, no Hospital Guilherme Álvaro, mantido pelo governo do Estado, a ocupação em leitos está em 45%.

 

 

Boletim

Em nota, a Secretaria de Saúde de Santos informa que na quinta (29) existiam 205 pessoas com sintomas da covid-19 internadas na rede hospitalar da Cidade (leitos públicos e privados), sendo 119 pacientes de Santos (58%) e 86 de outras cidades (42%).

A taxa de ocupação geral dos 618 leitos covid-19 disponíveis é de 33%.

Do total de pacientes, 82 estão em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo 46 de Santos (56%) e 36 de outras cidades (44%).

A taxa de ocupação dos 253 leitos de UTI covid-19 é de 32%.

Em 19 de outubro, eram 168 pacientes internados na Cidade, o que correspondia uma taxa de ocupação dos 605 leitos covid-19 de 28%.

Na data, eram 69 pacientes em leitos de UTI, representando uma taxa de ocupação de 28%.

Portanto, em dez dias, aumento de 5 pontos percentuais na taxa de ocupação.

Estivadores e Vitória

Na quinta (29), o hospital de campanha Vitória tem uma taxa de ocupação dos leitos de clínica médica de 19% e, entre os leitos de UTI, de 23%.

Já no Complexo dos Estivadores, os leitos de clínica médica covid-19 registram ocupação de 36% e, os de UTI covid-19, de 43%.

 

 

Cenário 

Como os números variam a cada dia, selecionamos o cenário até a última quarta (28). Confira os números

 

Regiões           Var. mensal de internações (%)        Ocupação: enfermaria (%)   UTIs (%)

Araçatuba                                    25,1                                                 30,3                    42,1

Araraquara                                  – 1,8                                                 22,7                       28

B. Santista                                       0                                                   31,3                      35,2

Barretos                                       -6,8                                                  12,3                       44,4

Bauru                                           -16,2                                                27,2                       53

Campinas                                   -28,4                                                21,1                        32,7

Franca                                         -17,8                                                 17,4                        41,4

Grande S. Paulo                        -15,0                                                 35,8                        40,2

Marília                                        -3,8                                                   19,7                         40,7

Piracicaba                                 -25,8                                                  20,6                        23,9

Presidente Prudente              – 19,3                                                  41,9                         38,6

Registro                                    – 23,8                                                 22,6                         33,7

Ribeirão Preto                         – 17,2                                                  31,3                         39,1

São João da Boa Vista            -21,1                                                  14,0                         30,7

São José do Rio Preto             -5,6                                                  33,3                          51,1

Sorocaba                                   -21,5                                                25,2                           43,3

Taubaté                                    -28,4                                                18,8                           31,5

Estado de S. Paulo                 -26,0                                                29,6                          39,2

 

Fonte: Secretaria de Saúde do Estado/Fundação Seade

 

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