Pandemia da Covid-19 eleva pobreza e desigualdade | Boqnews
Foto: Beto Iafullo

Desigualdade

29 DE MARÇO DE 2021

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Pandemia da Covid-19 eleva pobreza e desigualdade

Além da questão sanitária, a Covid-19 agravou os problemas econômicos e sociais do país, como a pobreza

Por: Da Redação

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Infelizmente, a pandemia da Covid-19 agravou a pobreza em todo o país. Com a crise econômica, desemprego e a desvalorização da moeda, muitas pessoas estão enfrentando dificuldades e algumas migraram para a rua diante do atual momento.

Vale destacar que a desigualdade sempre esteve presente nas cidades. Em Santos, por exemplo, a população de rua cresceu mais de 71% em uma década, conforme o censo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no ano de 2019.

A pesquisa apontou que houve um aumento de 507 para 868 moradores de rua no município. Certamente, com a pandemia, este número é ainda maior.

Sem condições financeiras, muitas pessoas acabam morando na rua/ Foto: Beto Iafullo

Atual cenário

O atual cenário do país é delicado. Sem a liberação do auxílio emergencial e com as restrições das atividades econômicas por conta da pandemia, muitas famílias estão sem renda e precisam apenas do básico como comida e produtos de higiene. Já quem tem um pouco mais de sorte necessita ainda arcar com as dívidas que cresceram neste período. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE, o desemprego atingiu uma taxa média de 13,5% no ano de 2020. No ano anterior – antes da pandemia – já era de 11,9%.

Para o economista Dênis Castro, a única forma para sair da crise é a vacinação, somado ao compromisso do governo em garantir uma renda mínima para a população mais carente. “Pagamos impostos também para que o governo ofereça esse colchão de seguridade social”, salientou o economista. Dênis ainda destacou que que é preciso uma ação conjunta dos municípios, estados e do Governo Federal para esta pauta.

Ações e desigualdade

A periferia é uma das áreas que melhor retrata a desigualdade no Brasil, situação acentuada pela pandemia.
Segundo o coordenador da Central Única das Favelas (CUFA) na Baixada Santista, Deraldo Silva, a região tem cerca 20% da população vivendo em áreas periféricas, sendo que mais de 300 mil moram em favelas.

No ano passado, a entidade mapeou 127 favelas na Baixada Santista e atendeu 57, ajudando 12 mil famílias. A CUFA realiza projetos que visam contribuir com a sociedade menos favorecida.

Silva explica que a pandemia aumentou a necessidade das famílias e a doação de cestas básicas é uma das prioridades no momento “Uma das ações que nós fizemos nesta pandemia, foi o “Mães da Favela On”, pois o índice de evasão escolar aumentou. Assim conseguimos mais de 500 mil chips em parceria com a TIM, onde distribuímos o equipamento em território nacional para os alunos que não tinham acesso à internet. Além disso, estamos fazendo a distribuição de cestas básicas”, destacou.

Há mais de 20 anos, a entidade realiza ações importantes na vida das pessoas. Uma das mais famosas é a Taça das Favelas, torneio que já revelou grandes jogadores para o futebol brasileiro e o mais essencial, deu condições melhores aos meninos. Quem quiser contribuir com a instituição, pode entrar em contato com a central de atendimento pelo telefone (13) 98869.0059.

Entidades

Na última quinta-feira, o Jornal Enfoque/Manhã de Notícias recebeu os presidentes das conceituadas entidades Anália Franco, Paulo Murat e do Centro Espírita Ismênia de Jesus, Ismael Leite. Ambos destacaram o aumento da necessidade das pessoas atendidas pelas instituições.

De acordo com a socióloga e doutora Dida Dias o governo deve oferecer uma renda mínima para as famílias desempregadas ou subempregadas, abordando o critério social/classe e também o critério racial e de gênero. Em relação a contribuição da sociedade civil, a socióloga ressalta que a população tem feito sua parte, com a mobilização de organizações sociais, amigos e da comunidade.

Bom Prato

O governo tem um papel fundamental na criação de programas sociais. É o caso do Bolsa Família, Prouni e o Bom Prato.

A Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo informou que os restaurantes do Bom Prato oferecem em média 114 mil refeições por dia “Desde o início da pandemia, todas as unidades da rede Bom Prato passaram por adaptações, servindo café da manhã, almoço e jantar em embalagens descartáveis para retirada diária, inclusive aos finais de semana e feriados. Ao total, nesse período, foram servidas mais de 33 milhões de refeições, sendo mais de 700 mil entregues gratuitamente para a população em situação de rua”, ressaltou a pasta, em nota.

Em Santos, houve uma ampliação de 65% nas refeições oferecidas durante este período da pandemia. Em março de 2020, quatro unidades do Bom Prato ofereciam 25 mil refeições semanais. Atualmente, este número chega a 41.300 refeições semanais.

Por conta da Covid-19, refeições estão sendo entregues em recipientes descartáveis/ Foto: Divulgação

Situação

A equipe de reportagem do Boqnews percorreu a cidade de Santos, ao longo da semana.

Nas primeiras horas da manhã foi encontrado um grande número de moradores de rua, principalmente no Centro e no Macuco. Alguns até já armaram barracas nas calçadas. Além disso, havia uma quantidade de lixo considerável espalhado pelas ruas, especialmente próximo ao Mercado Municipal.

Moradores de rua no Centro de Santos/ Foto: Beto Iafullo

Em nota, a Prefeitura de Santos destacou que a Cidade oferece 286 vagas em seis abrigos.

É importante frisar que a desigualdade em Santos foi um dos principais temas de debate nas eleições municipais em 2020. A maioria dos candidatos a prefeito, por exemplo, citaram os problemas nos cortiços, Vila Gilda e em alguns morros, mostrando a desigualdade ainda latente na Cidade.

No início do mês, a Prefeitura apresentou um pacote econômico de mais de R$ 50 milhões. No programa é oferecida uma bolsa-auxílio de R$ 300 para as pessoas em um período de três meses que necessitam fazer cursos de qualificação on line. Além disso, o programa contempla a entrega de mais 80 mil cestas básicas.

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