A partir desta sexta-feita (1), os preços dos remédios serão rejustados em 12,5%. E ao contrário de anos anteriores, o reajuste será o mesmo para todas as categorias de medicamentos. O Ministério da Saúde deve anunciar nesta quinta-feira (31) a mudança que afeta principalmente pessoas que dependem de remédios de uso contínuo. Em alguns locais, os novos preços já começam a valer nesta quinta, mas é preciso estar atento pois só devem ser alterados mesmo quando os estoques forem renovados.
Assim que soube do reajuste, Maria Regina resolveu ligar para a filha e pedir que comprasse o medicamento que utiliza todos os dias de complexo de vitamina D. “Hoje ele custa em média R$70. Com o aumento passará para quase R$80 (R$78,5). A mudança já faz uma diferença no final do mês já que utilizo o medicamento de maneira ininterrupta. Já compramos quatro para garantir pelos próximos quatro meses”, conta Regina.
A alta da energia elétrica e as variações do câmbio tiveram grande influência no índice deste ano, de acordo com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Ainda segundo dados da Interfarma, embora o porcentual seja de 12,5%, portanto acima da inflação, o acumulado dos últimos 10 anos continua abaixo do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em quase 18 pontos percentuais. Entre 2007 e 2016, a inflação aferida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta crescimento de 79,3%, enquanto os reajustes da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) chegaram a 61,2%.
“Essa diferença mostra que, apesar do reajuste deste ano, os medicamentos continuam com seus valores corrigidos abaixo da inflação”, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma. Apesar do reajuste, os descontos praticados pelo mercado devem influenciar o preço final do medicamento. No varejo farmacêutico, o abatimento médio é de 72% para genéricos e 16% para medicamentos de referência. “Como esse mercado é muito competitivo, os preços ficam sempre abaixo do índice de reajuste”, explica Britto.