Nesta semana, foram confirmados os primeiros casos da variante delta da Covid-19 em Santos, após a notificação do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) da Secretaria de Saúde do Estado.
Três pessoas acabaram sendo infectadas pela nova variante. Dois tripulantes de um navio que precisaram ser internados na Santa Casa de Santos e uma funcionária de um hotel que foi infectada no mês passado e não precisou ser hospitalizada.
Todos os outros tripulantes tiveram que cumprir o isolamento estão sendo avaliados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em entrevista ao Jornal Enfoque/Manhã de Notícias da última quinta-feira (5), o secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta, ressaltou que foram realizados testes nas pessoas que tiveram contato com a funcionária do hotel. Além disso, ele afirmou que a secretaria não irá adotar outra providência neste momento.
“A vigilância está atenta no monitoramento destes casos. Aliás, ainda não existe um tratamento específico contra a Covid-19”, destacou Catapreta.
São Vicente também registrou dois casos da variante na última quinta-feira (5).
A variante
A variante delta teve origem no fim do ano passado na Índia, país com o segundo maior número de casos da doença e se espalhou rapidamente para outras nações. Na Índia, por exemplo, a variante teve um impacto direto no aumento nas infecções e óbitos.
No Brasil, esta variante chegou recentemente, o Rio de Janeiro é o estado com o maior número de casos da delta e já apresenta transmissão comunitária.
Além disso, a variante foi responsável pelo aumento no número de casos da Covid-19 nos Estados Unidos, que havia flexibilizado uma série de medidas. Entretanto, precisou voltar atrás em algumas determinações.
É importante frisar que mesmo com a vacina em abundância, os Estados Unidos imunizou um pouco mais de 58% da população com a primeira dose, devido à baixa procura por parte da população.
Com o avanço da variante delta, muitas pessoas ficam preocupadas no Brasil. Um dos maiores receios é a chegada de uma terceira onda da pandemia, contudo ainda há muitas dúvidas sobre a cepa.
O infectologista do Instituto Emílio Ribas e professor do curso de Medicina da Unaerp – Guarujá, Leonardo Weissmann, explica que os estudos realizados apontam que a variante delta é altamente transmissível. “Estima-se que uma pessoa infectada com delta o espalha, em média, para três ou quatro outras pessoas, enquanto uma pessoa infectada com a cepa original do coronavírus infecta uma ou duas outras pessoas. Por enquanto, não se pode afirmar que a variante Delta seja mais letal”, salientou Weissman.
Em relação aos sintomas, o infectologista destacou que as reações da variante são semelhantes aos observados com a cepa original do coronavírus e outras variantes. “Alguns relatos descrevem que dor de cabeça, garganta, coriza e febre parecem ser os sintomas mais comuns. A tosse e a perda do olfato parecem ser menos frequentes. Entretanto, também há relatos de casos de maior gravidade”, concluiu o médico.
Vacina
A infectologista do Grupo Pardini, Melissa Valentini explicou que os estudos realizados na Europa, onde a variante delta já tem uma grande presença mostraram que as vacinas da Pfizer e da Astrazeneca tiveram uma pequena queda no nível de eficácia dos casos. Entretanto, este panorama não traz grandes impactos e os imunizantes continuam sendo eficazes, principalmente nos casos mais graves.
“Um exemplo disto ocorre no Reino Unido, apesar do aumento do número de casos, são registradas poucas mortes pelo coronavírus. As vacinas oferecem proteção em grande amplitude”, citou a infectologista. Vale ressaltar que o Reino Unido já imunizou mais de 70% da população com a primeira dose.
Melissa Valentini também ressaltou que as pessoas que já tem idade para se vacinar, mas ainda não receberam o imunizante, devem ir aos postos, pois a vacinação contra uma doença transmissível como a Covid-19 precisa de adesão, para a situação ser controlada.
Predominante
Por enquanto, a variante predominante no Brasil é a gamma, conhecida como P1, que começou no Amazonas, e rapidamente se espalhou para todo o País nos primeiros meses de 2021, causando um aumento assustador no número de mortes.
Para se ter uma ideia, no dia 6 de abril, o Brasil alcançou a triste marca de 4 mil óbitos em 24h.
Com este cenário diversas regiões adotaram o lockdown, como ocorreu na Baixada Santista.
Hoje, o cenário é diferente, com a vacinação em massa.
O índice de vítimas fatais pelo coronavírus teve uma queda significativa.
Nos últimos dias, o Brasil registrou uma média móvel com menos de mil óbitos.