Com os primeiros sinais da mudança de temperatura nesta segunda-feira (6), muitos munícipes preocupam-se com as consequências que a fumaça negra do incêndio na área industrial da Alemoa, em Santos, podem trazer à saúde. Na tarde de hoje, os ventos mudaram a direção e segundo o especialista em Climatologia, Astronomia e Geologia Ambiental Rodolfo Bonafim estas rajadas podem melhorar a qualidade do ar.
De acordo com o especialista, dependendo do estágio do incêndio o vento pode ser bom ou ruim. Porém, como os ventos mudaram a direção, a situação é outra. “Acredito que esta mudança vai ajudar a dispersar a fumaça e fuligem”, diz. Em contrapartida pode dificultar o trabalho do Corpo de Bombeiros.
O odor da fumaça é mais sentido nos bairros da cidade mais próximos do evento, ou que ficam na direção dos ventos, especialmente no Centro, Vila Nova e os bairros da Zona Noroeste. Recomenda-se que pessoas alérgicas, com rinite, faringite, bronquite, asma, assim como crianças e idosos sejam mais cautelosas.
Chuva ácida
Em virtude dos boatos que circulam na internet, Bonafim esclarece que a corriqueira chuva já é levemente ácida por conta das emissões de poluentes.
“Vejo a chuva que pode vir a cair após o incêndio como um problema a longo prazo. Ninguém terá problemas graves na pele como estão divulgando. É importante que isto seja esclarecido”.
Neste cenário, lagos, mangues e estuários podem ser os mais prejudicados com o efeito da chuva ácida, pois podem ficar totalmente acidificados, perdendo toda a sua vida ou dependendo das espécies e tamanho destas podem sobreviver com muita dificuldade.