
Apesar de dividida, maioria acatou decisão que obriga que 80% dos servidores da Saúde (exceto PS e hospitais, em sua totalidade), Educação e Assistência Social voltem ao trabalho nesta terça. Foto: Sandra Santos/Arquivo
Durante assembleia realizada na noite desta segunda-feira na AA dos Portuários, a maioria dos servidores decidiu acatar, temporariamente, a decisão do Tribunal de Justiça (TJ), que determinou o retorno dos funcionários municipais nas áreas da Educação, Saúde e Assistência Social.
Assim, a partir desta terça (28), servidores destes três pastas, que foram colocadas como prioritárias pela Justiça, deverão atuar em escala de 80% dos profissionais trabalhando e possibilitando aos demais profissionais permanecerem no movimento. Os funcionários das demais pastas poderão permanecer em greve, segundo o presidente do Sindicato dos Servidores, Flávio Saraiva.
Uma nova manifestação está marcada para às 8 horas na Praça Mauá. Será o grande teste para saber qual o futuro do movimento, pois desta vez a categoria não será representada principalmente pelos profissionais da Educação, cuja secretaria foi paralisada em 70%, assim como na Assistência Social, com cerca de 60%.
Em vídeo gravado no final da assembleia, Saraiva informou que o sindicato já entrou com dois processos no Tribunal de Justiça para alterar a decisão, por se tratar “de um decisão absurda que rasga o direito à greve”.
Assim, 80% dos funcionários das unidades de saúde deverão trabalhar, assim como os profissionais da Educação e Assistência Social. A totalidade dos que atuam em PSs, creches e hospitais deverão retornar, seguindo a determinação judicial.
O sindicato informa que quem for das secretarias que precisam cumprir 80% devem comparecer nesta terça (28), a partir das 19 horas, no Sindicato dos Metalúrgicos (Av. Ana Costa, 55, Vila Mathais) para discutir como fazer a escala nos locais de trabalho.
“Esses servidores já devem, durante o dia, discutir com os colegas da unidade como fazer a escala para cumprir o decreto judicial e manter a greve ao mesmo tempo”, diz a nota.
Sem dinheiro
A greve, que completa 20 dias nesta terça (28), visa garantir a reposição salarial dos servidores e melhores condições de trabalho. Em assembleia realizada na quinta passada, a categoria decidiu reduzir o pedido para 7% retroativo a fevereiro, mesmo índice aplicado no aumento do IPTU para este ano.
A Prefeitura alega que a crise econômica afetou os cofres municipais e não tem condições de arcar com este reajuste. Oferece abonos sobre o salário-base nos meses de outubro e novembro, com incorporação apenas em dezembro, no percentual de 5,35%, mesmo índice da inflação entre março do ano passado e fevereiro último, além de reajuste pelo mesmo percentual do vale-alimentação e vale-refeição.
Em anúncio publicado em jornais, a Prefeitura esperava que a categoria retornasse ao trabalho já nesta segunda-feira em razão da decisão judicial. Como o sindicato só foi notificado na segunda, a greve fora mantida nos mesmos moldes até então.