Tarifa de ônibus em Santos é mais cara que de 24 linhas intermunicipais | Boqnews
Foto: Divulgação/João Pedro Bezerra

Transporte

30 DE MARÇO DE 2022

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Tarifa de ônibus em Santos é mais cara que de 24 linhas intermunicipais

Ao todo, são linhas que ligam Santos a São Vicente e Praia Grande, cujos valores são menores que os praticados no transporte municipal.

Por: Da Redação

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Com o reajuste da tarifa do transporte municipal, uma curiosidade passou a ocorrer. 

Isso porque as linhas do transporte intermunicipal – Santos-São Vicente ou Santos – Praia Grande, por exemplo – contam com um preço inferior em relação aos ônibus municipais, tendo trajetos bem menores. 

A Prefeitura justifica o fato afirmando que o sistema municipal possui o dobro de linhas ofertadas pelo transporte intermunicipal e que as folhas de pagamento são impactadas de forma distintas, o que gera diferenças nos cálculos das planilhas utilizadas para a fixação do valor da tarifa.

Salientou ainda que o sistema intermunicipal não sofre tanto com a redução do número de usuários, como ocorre no município, motivados pela utilização de outros meios de transporte, como bicicleta, VLT e carros de aplicativos.

Por essa razão, a Prefeitura assegura o subsídio mensal de R$ 1,1 milhão/mês até o final do ano.

O Poder Público afirma que se não fosse o subsídio, a tarifa custaria R$ 6,00. 

Diferença

Mesmo que a diferença seja de 5 centavos (R$ 4,95 municipal) e (R$ 4,90 intermunicipal), o fato chama a atenção, pois os ônibus intermunicipais percorrem uma distância maior. 

O governo do Estado, por meio da EMTU, garante que não há subsídio na tarifa.

Ambas empresas pertencem ao mesmo grupo empresarial (Viação Piracicabana/BR Mobilidade), que também opera o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos.

A Prefeitura de Santos afirmou que a comparação não se justifica nesta situação.

Cita, que a cidade teve um grande impacto na queda no número de passageiros e as linhas intermunicipais contam com um maior fluxo de usuários.

Segundo o Poder Municipal, a queda foi de 59,4% – 3 milhões/mês para 1,2 milhão/mês entre 2016 e 2021.

Linhas 

Conforme publicado no site da EMTU, as linhas que custam R$ 4,90 e circulam por Santos são as seguintes: 900, 901, 901/B1, 902, 903, 904, 907, 908, 909, 917, 918, 919, 925, 934, 934EX1, 939, 942, 942/VP1, 943, 944, 947, 947/VP1, 948 e 954 

A maioria destas linhas fazem a ligação entre Santos e São Vicente. 

Algumas também passam por Cubatão e outras por Praia Grande. 

Ou seja, é mais barato embarcar em um ônibus na Av. Conselheiro Nébias para o terminal de passageiros Tatico, em Praia Grande, do que para o terminal do Valongo, em Santos. 

Pelo Google, a distância é de 24,6 km no caso de Praia Grande, a partir do número 600 da avenida.

E 3,7 km do caso de Santos. Distancia quase seis vezes maior.

Vale destacar que algumas linhas que passam pela Área Continental de Santos e seguem até a cidade de Guarujá tem o valor abaixo de R$ 4,90.

O mesmo vale para a linha 953 que liga o Terminal Barreiros/São Vicente ao Terminal Porto/Santos. 

Por outro lado, o transporte municipal de Santos conta com 41 linhas e todas custam R$ 4,95. 

Custo

Mesmo com o aporte da Prefeitura, o usuário que não tem o cartão transporte e precise pegar o ônibus para trabalhar ou estudar terá que arcar com um custo de aproximadamente R$ 220 por mês. 

Questionada sobre o valor da passagem do transporte intermunicipal ser inferior, a Prefeitura de Santos citou como diferenciais as despesas para a operação e o serviço, como o preço do combustível e a folha de pagamento dos funcionários. 

O custo geral é rateado pelo total de passageiros/pagantes, ou seja, sem considerar benefícios de gratuidade (idosos e pessoas com deficiência). Santos, cabe observar, tem taxa de 20% de população idosa”.

“Com a contínua queda de passageiros, o subsídio, adotado a partir de agosto do ano passado, foi a alternativa encontrada pela Prefeitura para manter o equilíbrio financeiro do contrato”.

“O comparativo do serviço municipal com o intermuncipal não se justifica. As linhas intermunicipais que circulam em Santos se, por um lado rodam mais quilômetros, também transportam volume superior de passageiros pela grande rotatividade do sistema ao atender e interligar cidades da região metropolitana”, destacou a Prefeitura, em nota. 

Sem subsídio

Na contramão, a EMTU, que é responsável pelo transporte intermunicipal, destacou que a operação da frota é mantida pela tarifa pública aos usuários.

Alternativa 

Um dos maiores problemas do transporte público de Santos é o tempo de espera. 

Inclusive, o Boqnews tem publicado matérias sobre a situação, desde o início da pandemia. 

Mesmo após a vacinação em massa e a flexibilização das medidas de restrição, algumas linhas como o 8,10, 17, 20, 40, seguem com apenas um veículo circulando. 

Dessa forma, muitos usuários preferem pegar a linha intermunicipal do que a municipal. 

De acordo com o comerciante Paulo Vitor, à espera de um ônibus municipal na Avenida Afonso Penna demora cerca de 30 minutos em grande parte do dia. 

“Eu moro na Ponta da Praia. Então quase sempre uso a linha intermunicipal 942, que custa R$ 4,90. Algumas vezes que, por conta do horário, eu faço a opção de pegar a 940, mesmo pagando um pouco mais caro, R$ 5,50”, diz.

Ou seja, como a oferta de ônibus diminuiu – a despeito do contrato em vigor – usuários optam em usar o ônibus intermunicipal mesmo circulando em Santos.

No entanto, o volume de passageiros incide no modelo regional – e não local, que pressiona pelo aumento da tarifa.

Sem contar no subsídio, bancado pela prefeitura de Santos.

A empresa concessionária não se manifestou até o fechamento deste texto.

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