Um bebê morre por dia na Baixada Santista | Boqnews

Mortalidade infantil

28 DE OUTUBRO DE 2016

Siga-nos no Google Notícias!

Um bebê morre por dia na Baixada Santista

Enquanto o Estado de São Paulo registra queda na mortalidade infantil, a Baixada Santista aumentou em 1%, atingindo 369 óbitos infantis.

Por: Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}
Cuidados com os bebês durante a gestão e no primeiro ano de vida são fundamentais para diminuir os indicadores negativos

Cuidados com os bebês durante a gestação e no primeiro ano de vida são fundamentais para diminuir os indicadores negativos. Foto: Divulgação

Os dados divulgados pela Fundação Seade e Secretaria de Saúde do Estado sobre os novos indicadores da mortalidade infantil paulista revelam que as chances de uma criança nascida na região de Ribeirão Preto sobreviver são 72% maiores que os nascidos na Baixada Santista, que registra o pior indicador de mortalidade infantil do Estado, atingindo 369 óbitos infantis –  um por dia – em 2015, com a média de 14,6 casos por mil nascidos vivos. Em Ribeirão Preto, esta relação é de 8,5/1000. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como meta o índice de 10 casos por mil nascidos vivos.

Os dados revelam que ao contrário da média do Estado de São Paulo, que registrou o menor índice na história neste quesito, com 10,7 casos e queda de 6,7%, a Baixada Santista está na contramão, registrando um aumento de 1% no mesmo período. Em 2014, foram 14,48 casos, relação que cresceu em 2015 para 14,63 por mil nascidos vivos. Em números, isso representa duas mortes a mais (em 2014, nasceram 25.344 crianças na região e no ano passado, 25.219), ou queda de 0,5%.

O aumento no número de casos fatais deve-se ao crescimento expressivo da mortalidade infantil em algumas cidades (veja quadro). Mongaguá saiu da média de 8,7 casos por mil nascidos vivos em 2014 para assustadores 22,32 (crescimento de 156,5%). Outra cidade que também teve um aumento  expressivo no volume de casos foi Praia Grande, saindo de 11,63 em 2014 para 17,34 no ano passado (aumento de 49%). A menor queda foi registrada em Peruíbe, que saiu de 22,14 em 2014 para 11,88 no ano passado (-46,3%).

Mortalidade infantil

A taxa de mortalidade infantil, que relaciona as mortes ocorridas entre crianças menores de um ano com o número de nascidos vivos em determinado momento do tempo, é um dos indicadores mais utilizados para aferir as condições de vida da população, em especial aquelas relacionadas à saúde.

De acordo com o estudo, os menores índices, abaixo de 10 por mil, foram encontrados nos Departamentos Regionais de Saúde (DRS) de São José do Rio Preto (8,4 por mil), Ribeirão Preto (8,5 por mil), Campinas e São João da Boa Vista (9,1 por mil), Barretos (9,4 por mil), Presidente Prudente (9,5 por mil) e Franca (9,7 por mil) que em conjunto respondem por 17,8% dos óbitos infantis.

Apenas 27% dos municípios paulistas superou o patamar de 14 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos. A Baixada Santista responde por 5,5% do total de mortes, apesar do total de nascimento de crianças representar 4% da média paulista.

Levando em consideração as fases do primeiro ano de vida, os óbitos infantis podem ser divididos em neonatal precoce (entre 0 e 6 dias completos de vida); neonatal tardio (de 7 a 27 dias completos de vida) e pós-neonatal (de 28 a 364 dias completos de vida). Em 2015, 50,9% desses óbitos ocorreram durante o período neonatal precoce; 19,1% no neonatal tardio e 30,0% no pós-neonatal.

Nos últimos 15 anos, o risco de morte durante a primeira semana de vida registrou redução de 37,9%, atingindo 5,4 óbitos neonatais precoces por mil nascidos vivos em 2015, enquanto o correspondente ao período neonatal tardio apresentou redução de 25,0%, chegando a 2,1 por mil. Já as mortes do período pós-neonatal tiveram redução de 41,8%, atingindo 3,2 por mil neste último ano.

Complexidade

Conforme a Secretaria Estadual de Saúde, a redução da mortalidade neonatal precoce e tardia tem sido menor que a pós-neonatal devido a sua complexidade, que demanda investimentos de alto custo e serviços hospitalares com elevados padrões tecnológicos, como por exemplo, as UTIs neonatais.

A queda mais acentuada no componente pós-neonatal pode ser atribuída, em certa medida, ao investimento relevante em saneamento ocorrido em diversas regiões do Estado, assim como a intervenções de certa forma simples e de baixo custo, porém extremamente efetivas, como o uso de terapias de reidratação oral, o incentivo ao aleitamento materno, a melhoria da cobertura vacinal e o aumento da proporção de gestantes que tiveram sete ou mais consultas de pré-natal, cujo patamar chegou a 77,1% em 2015.

 

mortalidade infantil

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.