Diretor da ABTL comenta as consequências do acidente | Boqnews

Incêndio na Alemoa

10 DE ABRIL DE 2015

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Diretor da ABTL comenta as consequências do acidente

Mike Sealy também enfatizou a necessidade urgente de Santos ter outro acesso ao Porto.

Por: Da Redação

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Em entrevista ao Jornal Enfoque, o vice-presidente da Associação Brasileira de Terminais Líquidos (ABTL), Mike Sealy, demonstrou preocupação sobre as consequências do incêndio, cujas resultados obrigarão a revisões de normas do setor daqui por diante, em razão do ineditismo das proporções do sinistro. Ele também enfatizou a necessidade urgente de Santos ter outro acesso ao Porto.

Em 1991 e 1998, tivemos dois incêndios na Ilha Barnabé. Mas este na Alemoa teve proporções maiores. Qual a diferença dos incêndios que ocorreram nos anos 90 e o atual?
Praticamente em todos os terminais os produtos são similares. Então, dentro de sua necessidade de cuidados todos são considerados e estudados. Um acidente ocorre de um acúmulo de incidentes. Se você tiver uma sequência que não consegue interromper, obviamente que o teatro de operações muda. O de 1991 foi em função de um raio que caiu no terminal e causou, obviamente, a ruptura do teto de um tanque que caiu sobre a tubulação e houve o incêndio.

A partir disto, iniciou a preparação de contingências. Após este incidente foi criado o Plano de Integrado de Emergências. Passamos a pensar da seguinte maneira: “Se vamos operar esses produtos, temos que começar a cuidar de qualquer sinistro que possa ocorrer”. O segundo problema que houve na Ilha Barnabé foi menor, em uma casa de bombas. Já o sinistro na Alemoa não pode ser contido porque houve quebra de equipamentos que estavam com produtos. Então, continuou-se a alimentar o fogo.

Quanto à quebra, não estou falando dos funcionais, como as máquinas e os motores. Refiro-me às tubulações que, pela alta temperatura de 300 a 800º, deformam. Não existem máquinas possíveis de se comportar essas temperaturas. Quando existe a deformação você terá a ruptura.

Em relação aos prejuízos ambientais, como as empresas avaliam esta situação?
Primeiramente estamos muito preocupados e sentidos por isso. Principalmente aos santistas, o ecossistema é fundamental, pois é a nossa existência. Agora, isto é uma consequência. Não tem como não acontecer pelo volume de materiais empregados e a quantidade de água. Você muda o PH da água, a salinidade, temperatura e ainda adiciona os produtos químicos que foram usados no combate do incêndio.

Temos que lidar com isso. Posso garantir que a Associação Brasileira de Terminais Líquidos (ABTL), com seu corpo técnico, vai acompanhar e dar apoio às empresas necessárias para que possamos voltar a ter o nosso meio ambiente controlado e estabilizado. Não me levem a mal, mas não é neste momento, com uma grande mortalidade de peixes, que está descaracterizando totalmente o ecossistema.

Outra grande preocupação foi o impacto econômico. O acesso ao Porto – margem direita – pela Anchieta ficou bloqueado desde segunda (6)…
As autoridades preferem pecar mais por excesso do que não cumprir qualquer tipo de protecionismo. Resolveram interromper a entrada de caminhões. Só existe um acesso à entrada e saída de Santos. Isto é um problema sério. Não podemos continuar desta forma. Não podemos colocar a massa toda de veículos na única entrada por não existir outra alternativa. Existe, somente, uma rua que é paralela ao novo prédio da Petrobras que dá para chegar ao cais (N.R: Av. Augusto Barata). Precisamos rever isto. Projetos já foram debatidos e entregues às autoridades. Necessitamos de vontade política para resolver este assunto de uma vez por todas.

Peço a aplicação do PAC. O Governo tem recursos. É muito importante também ter planos de médio, curto e longo prazos. Não pode só ficar na conversa e promessa. Há mais de cinco anos conversamos com a Prodesan, que tem um projeto de ligação seca. Faz mais sentido você fazer uma ligação saindo da Alemoa para conectar com Guarujá/área continental de Santos, porque é ali que está a carga. Agora, você trará mais caminhões para o Porto de Santos para passar por debaixo de um túnel (N.R.: projeto do Governo do Estado para uma ligação a partir do bairro do Macuco)? Isto é uma ligação turística. Para a população é importante, porém funcionalmente a primeira ligação que citei é mais viável. Sem anular a opção do túnel.

Qual o órgão responsável para fiscalizar os terminais?
Todos os terminais só podem operar mediante as autorizações. Licenças iniciais de instalação, pré-operacionais, do Corpo de Bombeiros, e as licenças finais para a operação. Além disso, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) também fiscaliza. Todos são fiscalizados, possuem equipamentos adequados para as operações normais e previsíveis do dia a dia.

Veja a entrevista na íntegra:

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