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15 DE MAIO DE 2024

A hora é agora

José Renato Nalini

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Embora o cenário possa parecer desalentador sob muitos aspectos, o Brasil navega sobranceiro quanto ao seu papel na transição energética.

Ainda tem tudo para ser protagonista dessa epopeia que reduzirá a emissão de carbono e garantirá uma economia embalada e consistente.

Isso porque existem cento e dez milhões de hectares de solo degradado disponíveis para o reflorestamento que salvará a humanidade.

Não é exagero dizer que o mundo precisa de um trilhão de árvores e nosso país precisa ao menos de um bilhão de novas espécies arbóreas, para repor um pouco do que se devastou nestes quinhentos anos.

Nossa água doce depende do replantio. O empresariado tem descoberto que essa é a alternativa numa era em que o mundo corre perigo.

O que falta é vontade política e segurança jurídica. Esta pode resultar de um exercício criativo do sistema Justiça, que deve mergulhar no consequencialismo.

Decisões que atrasam a economia são prejudiciais a todos. De que adianta uma Justiça formal que condena milhões de semelhantes à fome, ao desemprego, à morte?

A urgência está, ainda, no estímulo à pesquisa e ao avanço científico.

A economia verde está condicionada ao avanço tecnológico e este se vincula a uma educação de qualidade e de uma pesquisa séria. Já temos algo em termos de energia eólica, solar, a do biogás, rumo ao hidrogênio verde.

Os créditos de carbono constituem um atrativo ao capital internacional e o Brasil não pode perder tempo com discussões estéreis.

Tudo coroado com o enxugamento do Estado. Muito Estado significa muito dispêndio, muita burocracia, muito atraso.

A empresa foi a instituição que conseguiu sobreviver a um Estado verdadeiramente hostil ao empreendedorismo.

Que ela agora demonstre resiliência para fornecer soluções para problemas que podem ser resolvidos, se houver um pouco menos de apego à volúpia dos cargos públicos e um pouco mais de amor pela igualdade, que no Brasil ainda parece ficção.

A cidadania pode fazer sua parte exigindo compostura do Estado e plantando árvores.

Quem não plantar uma árvore está em déficit para com as futuras gerações.

Estas, para existirem, dependem de água e oxigênio.

Coisa que o petróleo mata, mas que o verde ressuscita.

 

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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