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Opiniões

04 DE OUTUBRO DE 2014

Abstenção silenciosa

Por: Fernando De Maria

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Após 90 dias de campanhas, o dia do teste final chegou neste domingo (5). Pelo menos para os pleiteantes aos cargos legislativos, que não terão uma segunda chance junto aos eleitores. Já aos pretendentes a cargos executivos, o ato poderá se repetir no próximo dia 26, caso o candidato não agrade a maioria do eleitorado neste primeiro teste, quando os eleitores voltarão às urnas para uma eventual escolha presidencial e de governos estaduais.

A verdade é que esta foi uma campanha morna, com concentração de (poucas) verbas, sem emoções no campo dos debates de ideias e propostas – apenas nesta reta final, cujo episódio mais marcante foi a tragédia que atingiu o candidato do PSB, Eduardo Campos, justamente na terra de Brás Cubas.

Aliado a este cenário – fruto dos escândalos políticos que povoam o noticiário, das campanhas mais enxutas por falta de recursos e até da influência da Copa do Mundo, que ocupou boa parte das discussões no primeiro mês das campanhas – não será surpresa se o índice de abstenções e votos nulos e brancos for mais expressivo desta vez que na eleição anterior, deixando candidatos e cabos eleitorais desesperados em relação aos quocientes e coeficientes eleitorais.

Esta realidade é possível.Tomando como base os nove municípios da Baixada Santista, tivemos na eleição de 2010 1 milhão 223 mil pessoas inscritas na Justiça Eleitoral (hoje são 1 milhão 303 mil, 6,6% a mais em relação a 2014).

No entanto, no cômputo dos votos válidos (ou seja, eliminando-se os votos brancos e nulos) e também desconsiderando os ausentes ao pleito – cujos fatores são variáveis e impossíveis de se prever -, nosso índice regional de comparecimento e votação foi menor que a média paulista.

Para efeito de comparação, a média paulista de votos válidos para os candidatos à Presidência foi de 77,3% no estado. Na região, 75,9%. Para governador, 75,2% no estado e 73,8% na Baixada. Para deputados federais, 72,8% contra 72,4% na região, e para estadual, 71,6% contra 70,9%.

O leitor pode achar que os índices regionais são insignificantes. Se aplicamos os percentuais do Estado para os cargos proporcionais, seriam, na prática, 5 mil votos a mais para deputados federais e 8.600 para estaduais. Impossível saber, porém, se estes acréscimos ajudariam na eleição de algum candidato da região.

Pelo menos um fato pode ser um alento. A previsão meteorológica para o domingo é de tempo nublado, com pequena possibilidade de chuva, com temperatura entre 17 e 21 graus. Um tempo ideal, pois o sol e o calor são atrativos para muitos não votarem optando pela praia e a chuva é um impeditivo aos mais idosos e aos que moram em áreas periféricas.

A abstenção voluntária é o comportamento mais complicado de ser calculado pelas pesquisas. Neste caso, até a variável tempo deve ser considerada.

Vale lembrar que ao anular o voto, votar em branco ou não comparecer, o eleitor estará indiretamente favorecendo quem está à frente na disputa eleitoral. Afinal, serão necessários menos votos válidos para quem está na dianteira para conseguir a vitória.

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