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Opiniões

18 DE AGOSTO DE 2022

E quando o bandido foi eleito?

Por: Da Redação

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A Amazônia está perdendo sua cobertura vegetal, sua biodiversidade, o imenso e valioso patrimônio que – mesmo antes de ser inteiramente conhecido – é impunemente destruído.

Grilagem de terras, ocupação criminosa de terras públicas, genocídio indígena, garimpo ilegal. Acontece de tudo naquela terra sem lei.

O heroísmo da Polícia Federal é insuficiente para refrear a cupidez dos gananciosos que não hesitam em matar, se for necessário, para locupletar-se.

Por amostragem, algo se faz, como ocorreu com a investigação que apurou um esquema de pagamento de propina por delinquentes que garimpam ouro e que compraram autoridades de Jutaí, uma cidade que dista 750 quilômetros de Manaus.

Ali, o suspeito-mor é o próprio prefeito do município, além de seus secretários. Com a irmã dele, apreendeu-se ouro e dinheiro.

O “alcaide” já havia sido preso no final de 2021, por transportar ouro fruto de extração ilegal.

Além do garimpo delitivo, a quadrilha é uma bem-organizada empresa criminosa que se dedica a uma rede nefasta de crimes: corrupção ativa e passiva, crimes ambientais, sem considerar aqueles que resultam da condição de prefeito eleito pela população para defender seus interesses.

Esta operação sequencial é chamada Uiara II, pois deriva daquela que foi levada a efeito no final de 2021 e da qual não se tem notícia, mas que chegou a destruir 131 balsas de garimpo ilegal.

Lamentável que o sistema Justiça no Brasil seja burocrático, lento e imprevisível. Criminosos que mereceriam sanções correspondentes aos bens da vida lesados – e que, na espécie, têm como vítimas até os nascituros – vagam desenvoltos diante da ineficácia dos freios que a sociedade brasileira programou, incluiu no ordenamento, mas que têm execução falha e insuficiente.

Triste sina de um país em que o eleito é também o chefe do crime. Parece que o Brasil teria de começar de novo. Mas há consciência cidadã, amor à ética e patriotismo capazes de reverter tal nefando rumo?

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e presidente da Academia Paulista de Letras – 2021-2022

 

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