É um modelo muitas vezes cruel do tal modelo econômico neoliberal – onde a participação do Estado é mínima. Eu, Estado, deixo de cumprir com o meu papel de gerar empregos investindo, por exemplo, em infraestrutura, tomando ações de incentivo à economia e jogo as pessoas à margem, principalmente os mais vulneráveis, para quem o papel do Estado é fundamental, e lavo as minhas mãos dizendo “virem-se”. É o cruel modelo da “uberização” do trabalho replicado pelos ifoods, Rappi, etc..onde o bico vira permanente, porém sem nenhum direito trabalhista, sem nenhuma segurança ao trabalhador. O ônus é todo do trabalhador e o bônus dos aplicativos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no dia 16 o aumento do desemprego. Já são 28,6 milhões de pessoas com dificuldade para conseguir trabalho. A tendência para os próximos meses é que essa situação se agrave. O trabalhador que também está tendo seu direito à aposentadoria diminuído. Teremos, com certeza, uma geração de idosos (e as pessoas estão vivendo mais), bem mais empobrecida do que a atual.
Ok que um dos sonhos do brasileiro é ter seu próprio negócio. Todavia, ele tem muito pouco incentivo em termos de crédito, e muitas vezes acaba se endividando e quebrando. Instituições como o Sebrae fazem um bom trabalho de capacitação. Todavia, esse micro do micro empreendedor acaba não tendo tempo e nem condições, como um computador ou uma rede de internet para realizar um curso online, nem presencial. Parece que num toque de mágica todo mundo, principalmente os mais vulneráveis, se tornam empreendedores bem sucedidos.
O discurso da prática é bem diferente. Uma coisa é falar de startups, outra é de alguém que mora numa comunidade, tem uma família, e se vê de repente tendo que “se virar”, e é isso que o governo chama de “empreendedorismo”.
Segundo especialistas, negócios nas áreas de limpeza e segurança são muito promissores. Agora, para quem estava começando um negócio e foi pego de surpresa pela quarentena, a orientação é tentar retomar o negócio sem novos investimentos.
Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que serão necessários ao menos 18 meses para surgir uma vacina contra o novo coronavírus. Ou seja, os países deverão alterar períodos de abertura e isolamento durante esse período.
Por isso, inovar e renovar o próprio serviço ou produto podem ser maneiras eficientes de enfrentar a retomada. Quem vai sobreviver não é o mais forte, nem o mais rápido, mas quem melhor se adaptar ao novo cenário, com o menor custo”. Fácil, né?
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