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24 DE MAIO DE 2017

A Essência do Videogame

Por: Da Redação

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Quando um jogo ou um videogame são lançados, não vamos generalizar, mas quase todos se antenam em seus gráficos, jogabilidade complexa, personagens ou marcas famosas e até mesmo se ele possui ou não a conectividade online. Estes são os fatores decisivos para uma grande parcela do mercado de games comprar determinados produtos. Apesar de bater nesta tecla com frequência, estou “reaprendendo” a enxerga-los como realmente são. Os itens citados acima são muito importantes, mas não fazem parte da essência do que teria de chegar em nossas mãos.

Vou citar vários exemplos aqui, entre eles o de uma noite de games qual participei. “Uma das”, mais precisamente falando. Estava reunido com amizades e conhecidos, jogando PlayStation 4 e tinha alguns jogos para todos jogarem. Mas sendo sincero, o que realmente divertiu a galera foi o primeiro Injustice. Enquanto Superman, Batman, Arqueiro Verde, Mulher-Maravilha, Flash, Exterminador, Coringa, Lex Luthor e todo o hall de personagens se destruíam e quebravam todo o cenário, o que percebi foram todos rindo e se divertindo. Agora você deve estar preocupado (a) com as amizades que tenho, de estarem se sentindo tão bem com tamanha violência, mas era um momento de união que creio ainda estar na memória de todos.

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Injustice usa a fórmula violenta de Mortal Kombat nos confrontos entre os personagens da DC Comics

Isto não se limitou a apenas uma vez ou a um jogo. O mesmo aconteceu com Just Dance 2017, que além de gerar várias piadas e esquisitices (fora o cansaço), também é um game muito inclusivo e que traz diversas pessoas de várias faixas etárias para jogá-lo. Sem citar games como Digimon Rumble Arena, de PlayStation, que era razão das mais diversas brigas dentro de casa durante minha adolescência (apelação, usar apenas um personagem todo combate, gente que não sabia jogar e perdia assim que encostava no controle), Winning Eleven 2002, também do PlayStation, que juntavam todos os vizinhos na casa de alguém para realizar campeonatos nos finais de semana, Guitar Hero (este dispensa apresentações), que fazia quem sabia manusear a guitarra parecer um monstro do rock e quem não se tornar piada (eu).

Citei apenas jogos que reunia a galera, mas não foram apenas estes. Eu e meu irmão jogamos muita coisa de nossa infância até hoje, juntos. Mario Kart, Super Bomberman, Crash Bash, Crash Team Racing, Armored Core (este eu assumo, meu irmão era demais), Street Fighter Alpha 3, Yu-Gi-Oh! Forbidden Memories, Vigilante 8 até os recentes Rocket League, a remasterização de Metal Slug para Xbox One, Injustice 2, Pokémon Sun/Moon, Mario Kart 8 Deluxe (que nos colocou de volta à infância, sentados na cama enquanto destruíamos a pista almejando a vitória) entre alguns outros. Claro que me divirto e acho ótimos games para se jogar sozinho. Inclusive, acho válido (apesar de não ser minha preferência pessoal) jogos online também. Mas há uma “magia” em duas (ou mais) pessoas juntas, sorrindo, sentindo o mesmo e se divertindo com o mesmo jogo. É um laço inexplicável.

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Armored Core, do PlayStation, é um jogo de combate entre robôs onde você compra peças e os monta da forma como preferir.

Caros leitores, se vocês já experimentaram isso, sabem exatamente como é se sentir conectado ao outro enquanto jogam. Isso gera (e quebra, em alguns casos) amizades, histórias (como a de uma amiga próxima que tomou uma surra épica no Injustice de uma criança de seus cinco anos de idade) e aquela vontade de “precisamos fazer isso mais vezes”. Não há NADA de errado ver mais coisas no videogame, como os gráficos, modo online e afins. Com certeza HÁ algo errado em ignorar todo o restante por estes itens. Nenhum jogo é SÓ algo visível. Um professor da universidade sempre citava que entre o preto e branco existem 50 tons de cinza (piada infame, concordo) e ignorá-los era entrar de vez no erro.

Não querendo criticar a indústria (novamente), mas jogos assim estão em falta. Implementam muito e estes elementos acabam ficando em segundo plano. Com o risco de parecer tendencioso, não vejo os games mais famosos aplicarem isto na prática. Por experiência pessoal, quantas vezes já vi pais/avós virem comprar jogos para as crianças e ouvirem um “este tem apenas o modo online” / “este game não é exatamente para JOGAR, é uma história interativa” / “Quer jogo X, mas tenho a versão normal, Super, Ultra etc.” / entre muitos outros. Onde está a simplicidade? “Antes era só comprar, colocar no videogame e pronto”. Isso foi sacrificado para trazer o que os jogos podiam oferecer de melhor, compreendo, mas não entendo a razão de uma parcela de jogadores serem sacrificados juntos neste pacote.

 IMAGEM 3 O Nintendo Switch, com o que tem na caixa, já disponibiliza dois controles para jogatina em conjunto e comandos de movimento.

A essência do videogame não é apenas de entreter. Ele tem o poder de unir, contar histórias, juntar os amigos num final de semana chuvoso e passarem o dia se divertindo, de dar a possibilidade de exercer a criatividade (paciência, reflexos, etc.) entre muitos outros fatores que englobam este universo. E atualmente só vejo UMA empresa realmente tentando. A Nintendo. Com o lançamento do Nintendo Switch, além do épico The Legend of Zelda: Breath of the Wild, tive em mãos também Just Dance 2017, Super Bomberman R e Mario Kart 8 Deluxe e eles me fizeram refletir muito neste tema. Isto realmente é a diversão, o que eu buscava nos games há décadas atrás e se perderam no tempo.

E digo “se perderam no tempo” incluindo através da própria Nintendo. Ela, junto à Sony e Microsoft, fizeram muitos jogos bons? Sim. Tiveram games de 3DS, PlayStation 3, PS4 e Xbox One que curti bastante e que me deram uma boa dose de diversão. Mas nunca joguei Pokémon Sun ou Pokémon Y na mesma intensidade como joguei Pokémon FireRed. Mudando de exemplo, Final Fantasy XV comparado ao Final Fantasy VII e Chrono Cross. Achei The Legendo of Zelda: A Link Between Worlds genial (de verdade), mas o Ocarina of Time que fez meu coração palpitar. Vocês entendem onde eu quero chegar? Faltava algo…mesmo sem eu saber dar um nome a isso. Não que os recentes sejam fracos (longe disso), mas parecem mais de coisas já saturadas.

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Pokémon FireRed é o remake do original Pokémon Red, lançado para GameBoy Advanced em 2004.

Eu e o pessoal da loja qual trabalho jogamos por muito tempo Diablo 3, de PS3, de forma online. Foi divertido e muito. Mas o que ficou na memória foi na época da Copa do Mundo 2014, onde nenhum de nós gostávamos ou assistíamos muito futebol e decidimos, durante o período do jogo, continuar na loja se divertindo com algo. Tínhamos uma peça do Mario Kart 8 de um dos funcionários e um Wii U num dos displays. Juntou quatro controles e passamos a tarde rindo e zoando como há anos eu não passava. Onde foram parar jogos assim? Mais importante de tudo, onde foram parar jogadores para isso?

Vejo atualmente críticas e matérias negativas sobre muitos games que entregam justamente isso por não terem o que é “necessário” para ser um blockbuster. Overwatch ganhou em 2016 como Jogo do Ano, não pelas maravilhas do mundo moderno, mas por ser divertido. Ainda assim, a opinião popular o esmagou após a premiação. Super Bomberman R, qual jogo recentemente, está cheio de críticas negativas, mas se juntar quatro pessoas (o que é mais simples do que parece com o Switch) aquilo gera momentos que dificilmente serão apagados da memória. Mario Kart 8 Deluxe fez eu e meu irmão voltarmos à infância por alguns momentos, enquanto jogávamos e leio na internet as pessoas reclamando de “oito jogos da MESMA coisa”. Acredito fielmente que muitos valores estão invertidos nisso.

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Super Bomberman R permite até oito jogadores simultaneamente, numa pequena arena tornando o confronto ainda mais caótico.

O videogame tem algo muito forte, tanto quanto um livro ou um filme, capaz de elaborar momentos com outras pessoas que, certamente, não serão tempo jogado fora. Porém, mais ainda, tem sua força e participação nas pessoas que assim desejam-nos. Enquanto o público olhar para o lado contrário, as empresas farão aquilo que eles comprarão. A produtora 343 Industries, de Halo 5: Guardians, se arrependeu de ter seguido o clamor popular e não ter disponibilizado um modo multiplayer offline. Isso se voltou contra ela e contra as vendas. Cabe a ele e todas as outras verem que alguns (muitos) jogadores só querem se divertir. Tanto sozinhos quanto com seus amigos e familiares. E isso é tão importante quanto o restante.

Para mais informações, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou adicione nas redes:

PSN: CorumbaDS

Xbox Live: PlumpDiegoDS

Nintendo Network: DarXtriker

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