Mais uma vez cidadãos das mais diversas localidades do Brasil vão às ruas, neste domingo (13), para manifestar livremente a insatisfação com a atual situação política e econômica do País, que tem afetado diretamente à população, sobretudo os menos afortunados. Por certo, os protestos serão conduzidos por diversas motivações: haverá os que defenderão o impeachment da presidente Dilma Rousseff como saída para a crise; os que pedirão a cassação do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), pela forma espúria que atua à frente da Casa; os que exigirão a prisão do ex-presidente Lula diante das suspeitas de favorecimento ilícito que, a cada dia, tornam mais evidentes aos olhos de todos, e a punição exemplar aos envolvidos na Operação Lava a Jato. Em contraponto, as manifestações também irão dar voz aos que defendem opiniões contrárias, resguardado o pleno direito ao livre pensamento e expressão.
Percebe-se, no entanto, que mesmo com posições antagônicas em relação aos fatos denunciados e amplamente divulgados por meio da imprensa, existe o consenso entre a grande maioria dos brasileiros de que, acima das divergências ideológicas, a corrupção é o mal maior a ser combatido e que todos os que comprovadamente se revelarem culpados diante da lei devem sofrer as punições devidas, independente do partido ou condição social a que pertença.
Nota-se, igualmente, a mesma convergência de ideais no que diz respeito ao desejo de todos os brasileiros na transformação da Nação, a partir de um modelo de inclusão social sustentável, desassociado da subserviência eleiçoeira e alicerçado em princípios éticos que devem guiar o comportamento dos representantes políticos que ocupam cargos públicos. A voz comum da sociedade compartilha da ideia de que não há mais como se admitir a reprodução da miséria gerada pela ignorância e ganância dos que se intitulam donos do poder. Há muito se sabe que as administrações públicas, com raras exceções, foram negligentes e incompetentes na condução das ações que visam a melhoria das condições do povo, por isso todos têm iguais parcelas de culpa, em maior ou menor grau.
Portanto, não se justifica, neste momento, que o acirramento de opiniões estimulem conflitos maniqueístas, gerando violência e criando terreno fértil para a atuação de oportunistas políticos. As manifestações são legítimas e, por isso, devem ser respeitadas em sua essência, assim como a vontade da maioria que se expressa por meio do voto dentro do regime democrático republicano, sejam elas a favor ou contra nossa vontade. Unir propósitos em prol do bem comum sempre será a melhor alternativa para a retomada do desenvolvimento econômico e social do País, uma soma de esforços que resulta na divisão equânime da prosperidade.
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