O Brasil está prestes a enfrentar mais um revés, fruto direto do fanatismo ideológico que hoje comanda o País.
Enquanto a população convive com o custo de vida nas alturas, o desemprego e a instabilidade, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acumula gafes no exterior, desgasta relações comerciais e expõe a nação a constrangimentos diplomáticos.
Como jornalista há mais de 25 anos e, há dois mandatos, deputada federal, aprendi que a imagem de um país não se sustenta apenas com discursos.
Ela se constrói — ou se destrói — por meio de atitudes concretas. E o que temos testemunhado é um processo acelerado de desmonte da credibilidade brasileira no cenário internacional.
Lula tem prejudicado a reputação do Brasil com falas desastrosas, gestos impensados e alianças questionáveis.
Ao lado da primeira-dama, protagonizou um sem-número de episódios constrangedores que deixaram o País em situação vexatória.
Na mais recente reunião do Brics (grupo de nações com potencial econômico emergente), o presidente ultrapassou mais uma linha sensível da diplomacia.
Diante de líderes internacionais, sugeriu que o bloco buscasse formas de realizar transações comerciais sem depender do dólar.
Para analistas especializados, essa declaração foi o estopim.
Poucos dias depois, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), anunciou taxação de até 50% sobre produtos brasileiros — uma resposta direta à tentativa do governo Lula de enfraquecer a moeda americana e assumir uma postura hostil em relação aos norte-americanos.
O Brasil, que historicamente sempre manteve sólida relação com os Estados Unidos, passou a emitir sinais contraditórios ao apoiar regimes autoritários e financiadores do terrorismo. Trump não ignorou estes movimentos.
E a resposta veio. O governo brasileiro, por sua vez, não apresentou reação firme, nem estratégia clara.
Preferiu o silêncio, o improviso e a construção de uma narrativa mais eleitoral do que institucional.
É preciso ser objetiva: Trump não agiu por impulso. Reagiu a meses de provocações, de discursos ideológicos e à quebra do equilíbrio que sempre pautou a política externa brasileira. Ele não atacou — apenas respondeu.
Na diplomacia, assim como na vida, é necessário saber escolher as batalhas. E o atual governo, pelo visto, optou pelas erradas.
Rompeu com democracias consolidadas, divergiu publicamente de aliados históricos e se aproximou de regimes autoritários, como Irã, Venezuela, Cuba e Rússia – só para citar algumas. Quem semeia confronto, colhe retaliação.
Lula age como se estivesse acima das consequências, sem considerar o impacto de suas escolhas.
Parece ainda preso ao palanque eleitoral de 2022. Em vez de governar com equilíbrio, prefere agradar a uma bolha ideológica e negligenciar os verdadeiros interesses do Brasil.
Troca estratégia por vaidade, diálogo por conflito, e respeito por isolamento.
Agora, tenta transferir a culpa pela nova taxação imposta ao Brasil para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas o povo não é ingênuo.
Quem governa, hoje, é Lula. O mandato é dele. E a responsabilidade por cada decisão internacional, também.
Houve tempo para planejar. Houve alertas suficientes. O governo teve a oportunidade de reposicionar o País diante da mudança política dos Estados Unidos.
No entanto, preferiu insistir em provocações e discursos vazios. Alimentou narrativas, desprezou riscos e, como resultado, falhou.
Os prejuízos já são palpáveis. A nova tarifa ameaça diretamente as exportações que passam pelo maior porto do Hemisfério Sul.
Produtos como suco de laranja, café, siderurgia e commodities agrícolas estão sob risco.
Isso significa menos carga, queda na receita, perda de empregos e mais dificuldades para quem vive do setor portuário.
O Porto de Santos-SP, orgulho de nossa economia, não pode ser penalizado pela imprudência diplomática do governo federal.
Com a imagem do Brasil abalada e novas barreiras comerciais surgindo, quem sofre é o povo: trabalhadores, produtores, exportadores, empreendedores e consumidores.
A arrogância custa caro — e o preço, mais uma vez, será pago pelo País.
Chegou o momento de resolver. Cabe ao presidente Lula cessar as provocações, abandonar a retórica divisionista e retomar a diplomacia como ferramenta de solução, não como palco de confrontos ideológicos.
Não há mais tempo para culpas alheias, nem para desculpas eleitorais.
O Brasil exige responsabilidade, maturidade e ação.
Rosana Valle é deputada federal pelo PL-SP, em segundo mandato; presidente da Executiva Estadual do PL Mulher de São Paulo; jornalista por formação há mais de 25 anos; e autora dos livros “Rota do Sol 1 e 2”.
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