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Opiniões

18 DE OUTUBRO DE 2021

Valorizar a ciência e a pesquisa

Por: Humberto Challoub

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A polêmica criada em torno do corte de recursos orçamentários do Ministério da Ciência e Tecnologia em 87%, por decisão do Ministério da Economia, que fez com que os recursos disponíveis para a pasta no próximo ano caíssem de R$ 690 milhões para apenas R$ 89 milhões, teve grande repercussão no meio acadêmico e motivou críticas das entidades ligadas à pesquisa e à ciência. Não é para menos.

Mais do que as dificuldades que serão geradas pela diminuição das verbas disponíveis para o financiamento de projetos e bolsas de estudos de pesquisadores brasileiros, a decisão do Governo se revela equivocada e contraria a tendência mundial, em especial dos países desenvolvidos, que priorizam investimentos na ciência e nas inovações tecnológicas como alicerce fundamental e imprescindível na busca da constante melhoria social e econômica de suas populações.

Há muito já se sabe que a Educação e a Pesquisa Científica são os caminhos capazes de conduzir o País a um estágio de desenvolvimento que possibilite equacionar os problemas crônicos enfrentados pela sociedade, sobretudo as camadas mais pobres, nas áreas da saúde, segurança e assistência social.

É preciso igualmente reconhecer a necessidade de aprimoramento na destinação dos recursos para este fim, estabelecendo critérios rígidos para concessão de verbas para o desenvolvimento de pesquisas que, diante da escassez de recursos disponíveis, deveriam obrigatoriamente atender objetivos sociais claros.

Com isso, poderia se evitar desperdícios e o uso indevido em projetos duvidosos e evasivos, realizados apenas para atender protocolos burocráticos afim de patrocinar títulos acadêmicos e financiar mordomias às castas de pseudos-intelectuais que habitam o universo acadêmico.

Da mesma forma em que torna-se necessário intensificar as exigências às instituições de pesquisa, revela-se imprescindível contribuir efetivamente para que elas alcancem os níveis de excelência desejados.

Além da necessidade de melhorias das condições físicas e aparelhamento dessas unidades, a formação de uma nova geração de pesquisadores qualificados e estimulados é o maior desafio imposto a esse setor.

Como únicos gestores, as administrações públicas, com raras exceções, foram até aqui negligentes e incompetentes na condução de políticas de pesquisa consistentes e contínuas, de forma a consolidar um sistema de qualidade renovável.

Priorizar a ciência não pode ser apenas projeto de um governo, mas uma decisão compartilhada por todos os segmentos que compõe a sociedade, para que assim esteja assegurado os benefícios desejados às futuras gerações.

 

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação.

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