Aniversários são datas a serem comemoradas. Isso vale para as pessoas e também para as cidades. E assim, Santos comemora na quinta (26) mais um ano, 471, estando na seleta lista de municípios mais antigos do País.
Sua localização estratégica, mais isolada em relação à vizinha São Vicente contra os ataques de piratas e corsários, ajudou na formação do embrião de um cais, fator determinante para seu desenvolvimento.
Tornou-se porta de entrada de imigrantes, riquezas e geração de empregos, dando suporte aos dois maiores polos econômicos do País: a Grande São Paulo e o interior paulista. Não é à toa que o Município desponta como um dos maiores PIBs nacionais e tem uma renda per capita bem acima da média brasileira.
Cidade polo da Região Metropolitana, reúne no mesmo espaço riqueza histórica, em edificações seculares, e atrativos turísticos que se tornam referências internacionais. Sem contar na tradição futebolística, em especial com o Santos FC, tornando-se o único município brasileiro distante de uma capital que sedia uma equipe campeã mundial. Motivo de orgulho, aliás, que, independente da paixão futebolística, qualquer morador deve ter.
Com um em cada cinco moradores acima dos 60 anos, o Município antecipa o que será o Brasil nas próximas décadas, com o envelhecimento natural da população. E a força econômica desta faixa etária é enorme: graças às aposentadorias e pensões injetadas na economia da Cidade mensalmente, Santos consegue fazer a roda da economia girar. Sem ela, a situação seria pior.
Mas, a grandeza econômica também cobra resultados. Por se concentrar praticamente na área insular, sua população convive com valores de imóveis, para compra e locação, comparados aos grandes centros, ficando na quarta posição do metro quadrado mais caro do País para aluguel.
Diante desta realidade, muitos encontram nos municípios vizinhos a alternativa para morar e fugir dos elevados valores dos imóveis. Assim, obriga-se naturalmente a investir em transporte coletivo metropolitano, algo tão prometido, mas pouco colocado em prática.
Aos que ficam em solo santista e não tem condições de arcar com os custos habitacionais, resta sobreviver na periferia, onde cerca de 40 mil pessoas vivem em condições subumanas, sejam nos cortiços, nas palafitas dos mangues da Zona Noroeste e em áreas de risco nos morros.
Costumam ser esquecidos pela sociedade e pelo Poder Público, com escolas em condições deficitárias e ausência de postos médicos com atendimento digno, sem contar com as enchentes e incêndios que queimam os sonhos construídos ao longo da vida em um passe de mágica.
No contexto nacional, Santos tem o que comemorar, mas ainda está distante de se tornar uma Cidade efetivamente equalitária para todos os seus moradores.
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