Sabe aquela amiga que você inveja que tem tempo para tudo e todos, que nunca falha ou esquece um aniversário, exemplar como mãe e como esposa, que faz um arrozinho tão gostoso para se comer de joelhos, que ao acabar o almoço arruma a cozinha num minuto sem preguiça com um sorriso nos lábios, e ainda faz um acabamento de álcool para não deixar bactérias e proteger a família? Pois é dela que vamos falar hoje.
“O mundo é louco, definitivamente louco
O que é gostoso, engorda. O que é lindo custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia
”
Esse texto que li hoje me fez lembrar e reparar em várias mulheres que conheço que são aquele exemplar não raro de mulheres perfeitas, que quase nunca descruzam as pernas e se esforçam tanto para isso que acabam perdendo o melhor da vida que é ser espontânea, verdadeira e simplesmente falível. Num consultório de terapia sexual o que menos se vê são disfunções sexuais, essas sim, tratáveis.
Vemos quase todos os dias queixas sobre o desempenho sexual baseadas num modelo de orgasmo retumbante, barulhento e colorido que alguém disse que é o normal e melhor e nessa busca incessante de resultados, igual ao arrozinho que fazem tão bem, acabam perdendo a sutileza do tocar, ouvir, cheirar, saborear e se entregar às sensações que são o único caminho, apesar dos possíveis acidentes de percurso.
Em busca de segurança e perfeição, não se admitem deslizes, de calcinha que não combina com soutien e de lençóis amarfanhados. São verdadeiras Barbies loiras ou morenas, impecáveis, mas frias e tristes.
Desculpem-me amigas e leitoras, não sou uma traidora da classe, mas achei importante comentar sobre isso, e já adianto: homens não riam nem façam mau uso desse texto, pois falaremos nesse espaço dos homens normais e como diz a música “louco é quem me diz que não é feliz”.
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