Novela reprisada | Boqnews

Opiniões

10 DE JANEIRO DE 2015

Novela reprisada

Por: Fernando De Maria

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Entra nova temporada, acaba outra, os crimes cometidos contra motoristas que trafegam pelas estradas de acesso ao litoral ganham novamente as manchetes da mídia.

Sem contar os episódios onde os usuários não registram boletins de ocorrência nas delegacias em razão da burocracia reinante e irritante em várias ocasiões, prejudicando as estatísticas e minimizando os reais números dos crimes que ocorrem especialmente em áreas periféricas de acesso às estradas onde se concentram moradores, locais aos quais o Estado pouco ou quase nada faz para alterar as atuais condições, facilitando o crescimento da marginalidade.

Neste cenário, impera o jogo de empurra-empurra entre as autoridades políticas, de segurança pública e a própria concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes que muito propagam a cada nova temporada sobre as melhorias para garantir tranquilidade ao cidadão e seus familiares, que pagam (e bem caro) por pedágios que garantam-lhe segurança de todas as formas e situações.

Vários fatores contribuem para que este cenário ocorra, sem perspectiva de alterações a curto ou médio prazos. Por exemplo,  a reforma e entrega da Ponte Pênsil, em São  Vicente, contribui para a Ponte do Mar Pequeno receber boa parte do fluxo de Praia Grande, aumentando o tráfego na pista, fazendo a alegria dos marginais. A própria novela da entrega dos elevados para eliminação dos semáforos ao longo da estrada no trecho vicentino também deixa o cidadão vulnerável. O DER – Departamento de Estradas e Rodagem, responsável pela obra, promete entregar o empreendimento até janeiro de 2016. A conferir se a promessa será cumprida ou não a tempo.

Na Anchieta, apesar do avanço da retirada de famílias ao longo da Serra do Mar, muito ainda precisa ser feito pelo Governo paulista para a eliminação plena de residências, algumas delas que se transformam em bunkers da criminalidade.

Em posição cômoda, está a concessionária do sistema, que não pode reclamar da arrecadação crescente, em decorrência do fluxo contínuo de veículos que passam pelas praças de pedágios. Afinal, como não estão no contrato  a instalação de mais pontos de iluminação em pontos críticos e de novas câmeras de monitoramento ao longo das estradas, a Ecovias lava as mãos em relação ao assunto.

Caberia ao governo paulista, portanto, exigir este tipo de investimento da concessionária apenas em contrato futuro. Enquanto isso, empurra-se o problema com a barriga. Pobre usuário.

Portanto, por uma série de fatores e diante da inércia das autoridades, infelizmente, a novela dos assaltos e latrocínios que ocorrem ao longo das nossas estradas está longe de chegar ao capítulo final. E com gosto de velha reprise.

 

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