Há muito tempo o ser humano questiona a capacidade de tomar decisões baseadas na intuição. Alguns acham que ela é um dom que nasce com as pessoas. Outros que só pode ser utilizada pelos que dominam a técnica da meditação. A verdade é que na última década vem aumentando o número de pessoas que a consideram uma excelente guia no processo de tomada de decisões. Muitos pesquisadores têm comprovado que a intuição não tem nada de sobrenatural.
Trata-se de uma forma de empregar conhecimentos e perceber a realidade com base na experiência, sem o uso da razão. Para que a intuição aconteça são necessárias, pelo menos, duas condições: a existência de uma informação inconsciente derivada da vivência anterior e a frequência cerebral baixa, característica de um estado de relaxamento. A mente agitada é muito barulhenta para ouvir a intuição. A pessoa necessita de tranquilidade mental e emocional para sentir a própria intuição com eficácia.
Existem dois tipos de conhecimento: o explícito quando a pessoa percebe que está aprendendo e o tácito quando ela não tem consciência do que sabe. Os indivíduos passam o tempo todo adquirindo conhecimentos tácitos sem se dar conta disso. Este conhecimento habita o inconsciente e se esconde muito bem dos cinco sentidos comuns, não sendo percebido por eles. É necessário que a intuição, como sexto sentido, o transforme em algo consciente e passível de ser utilizado.
Cada um armazena dentro do inconsciente um estoque de cultura tácita, cujo volume é proporcional a maior ou menor experiência de vida. A intuição está sempre em atividade. Ela não funciona como uma lâmpada que pode ser ligada e desligada a qualquer hora. Nos momentos certos ela dispara o alarme e transmite informações essenciais à resolução dos problemas. Infelizmente esses dados não são comunicados de maneira clara e direta. Eles surgem por meio de imagens, símbolos, impressões e sensações que nem todos conseguem interpretar corretamente.
Muitas vezes os gerentes sentem-se constrangidos em tentar explicar as razões de terem tomado determinada decisão. Têm medo de falar sobre sua intuição, pois não querem parecer estranhos. É como um elefante no meio da sala. Todos podem vê-lo, mas como ele não deveria estar lá, ninguém comenta a respeito.
O grande dilema: arriscar em ouvir a intuição ou basear-se nos fatos inquestionáveis da razão?
Seja na vida pessoal ou no campo profissional, algumas práticas são fundamentais para o exercício adequado da intuição. Abrir a mente para o novo e incomum. Dessa forma a intuição pode se infiltrar na consciência em lugar de ser filtrada por ela. Respeitar as próprias emoções, sentimentos, sensações e pensamentos. Aceitar a própria intuição para aprender a aceitar as intuições dos outros. Saber ouvir a intuição nas pequenas e grandes decisões. Manter a serenidade nos momentos de decisão, para aumentar a capacidade de entender o que a intuição está querendo dizer.
O ser humano deve ter a sabedoria de considerar a informação gerada pela intuição lado a lado com os demais fatos racionais. Analisando todos em conjunto, ele certamente terá maiores chances de tomar a decisão correta.
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