Papo com… Marília Bonas | Boqnews

Opiniões

29 DE OUTUBRO DE 2010

Papo com… Marília Bonas

Por: Da Redação

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Diretora técnica do Museu do Café, situado no prédio da Bolsa do Café. É graduada em história, pós-graduada em museologia na USP e mestranda em museologia em Portugal. É também especialista na história e cultura material de São Paulo e professora do curso técnico de museologia no Centro Paulo Souza. Paulistana, tem 34 anos, já morou em Santos, quando exerceu o cargo de coordenadora das Oficinas Culturais Pagu, entre 2007 e 2009. Uma profissional com todos os atributos necessários para transformar o Museu do Café, o maior do Brasil, em um centro de referência museológica e cultural da Cidade.



Outros trabalhos
Participei da coordenação e pesquisa dos 450 anos de São Paulo, no Pátio do Colégio. Fiz parte também do trabalho que envolveu a produção do catálogo da Tarsila do Amaral, com toda a sua produção artística, além de vários estágios. Em 2007, vim para Santos para assumir a coordenação da Oficina Cultural Pagu.


Oficina Cultural Pagu
A organização social que administrava as oficinas culturais procurava uma profissional com um perfil de historiadora e acabei sendo contatada. Fizeram o convite, aceitei por ser um trabalho que me faria conhecer toda a cultura caiçara, além de tentar resgatá-la. Fiquei quase dois anos, mas acabei voltando a São Paulo, dessa vez para assumir a gerência das 22 oficinas culturais do estado, onde estava, até ser convidada pelo Museu do Café.


Museu do Café
É o maior museu de café do Brasil. Ele existe há 12 anos, criado por um grupo de pessoas ligadas ao café. Mas, foi em 2008, que deixou de ser uma entidade sem fins lucrativos para tornar-se uma organização social. Com isso, a Associação dos Amigos do Museu do Café passa a ser vinculada à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, ficando habilitada a receber verbas, assim como gerenciar com mais autonomia.


Plano de trabalho para o Museu
Ampliar a reflexão museológica sobre o café. De 1998 para cá, a museologia evoluiu muito para a discussão do patrimônio imaterial. Com isso, queremos trabalhar além do acervo material (objetos..) com o imaterial(cheiro, sabor..).


Exposições
O museu está com uma exposição de longa duração Trajetória do café no Brasil que devemos mexer. Vamos tratar também da questão científica, além da história e da questão imaterial.


Exposições temporárias
Queremos aumentar o espaço nos outros dois andares. Para tanto, precisamos adequá-los para receberem exposições.


Pregão
Ele é um acervo que queremos ampliar: a sua relação com o público – por meio de textos e projeções – tornando um espaço mais interativo.


Abertura para outras exposições
Estamos abertos, desde que essa exposição tenha alguma relação com o café e sua história. Com isso, o leque é bem amplo. O modernismo, por exemplo, um movimento com muita ligação com o poder do café na época, onde Tarsila do Amaral, Pagu, entre outros artistas fizeram parte, podem ser perfeitamente expostos no museu.


Fontes de receita
Além da Secretaria da Cultura do Estado, temos receita da cafeteria e da bilheteria. Temos uma média de público de 4 mil pessoas/mês. Em 2009, recebemos cerca de 50 mil visitantes.


Estrutura do Museu
Temos cerca de 30 funcionários, entre fixos e terceirizados.


Projetos
A exposição A defesa do café faz história. Café: economia e política – as intervenções governamentais na economia cafeeira, 1905-1990, que destaca os principais desafios enfrentados pela produção cafeeira durante o século XX, ficará até 30 de janeiro de 2011.  Loja com souvenirs, cafeteria, livraria compoem o Museu do Café, que também pretende locar alguns espaços para eventos corporativos.



Umas & Outras



Cultura e Educação
Independentemente de quem será o próximo presidente, o Brasil ainda precisa avançar muito na questão da cultura. De um lado, temos leis de incentivo, cujo objetivo inicial foi despertar o empresariado para a  necessidade do financiamento cultural do País, que de certa forma vem funcionando. Entretanto, é inegável que alterações são necessárias  para o aperfeiçoamento dessas leis, que estão sendo providenciadas no âmbito federal.


Cultura e Educação II
Por outro lado, quando falamos sobre a qualidade da educação e da cultura, não podemos deixar de mencionar que ambas estão intrinsecamente ligadas. Por isso, é  inadmissível que secretarias de educação e de cultura, sejam estaduais ou municipais, assim como os ministérios, não estejam unidos na criação de projetos envolvendo escolas, alunos, família, equipamentos culturais, grade escolar, calendário letivo, entre outros.


Cultura e Educação III
Não há como exigir que um jovem goste de museu, de música de qualidade, de artes plásticas, de teatro, além de outras manifestações culturais, se isso não fizer parte de seu cotidiano, agravado pelo fato de que, em quase todos os casos, sua família também não tem acesso  nem hábito de “consumir” cultura.


Cultura e educação IV
Todavia, iniciativas esparsas de escolas que levam seus alunos uma ou duas vezes por ano a algum cinema, museu ou teatro, apesar de louváveis, não resolvem a situação, se não tivermos professores capacitados para estimular o debate, ouvir as opiniões dos jovens, sem o que não teremos condições de começar a formar críticos e novas platéias. Casa e escola, cultura e educação – duplas inseparáveis trazendo desafios imensos para os próximos governos, mas também a solução para a mudança de patamar da educação no País.

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