A decisão da vereadora Cassandra Maroni em não disputar qualquer cargo eletivo nas próximas eleições reflete uma realidade a qual o PT santista vem sofrendo ao longo dos últimos anos: um esvaziamento evidenciado e a falta de renovações de peso, decorrentes de um personalismo que atinge caciques do partido.
O PT santista que, no final dos anos 80 e até o início deste século, se tornou o principal partido político da Cidade hoje ostenta uma bancada modesta, com três parlamentares (Cassandra, Reinaldo Martins e Adilson Jr), atrás do PMDB e do PSDB. Nas legislaturas 93/96, quando foi eleito o prefeito David Capistrano (PT), o partido chegou a ter cinco edis (Fausto Figueira, Suely Maia, Maria do Perpétuo Socorro, Mariângela Duarte e Maria Lúcia Prandi, as duas últimas eleitas deputadas dois anos depois).
Performance semelhante ocorreu na legislatura 2001 a 2004 (segundo mandato do governo Beto Mansur) com a eleição de Ademir Pestana, Cassandra Maroni, Luzia Neófiti, Suely Morgado e Fausto Figueira, depois eleito deputado estadual .
Os anos se passaram e hoje todos estes ex-vereadores – alguns se filiaram em outras agremiações políticas – não ocupam cargos eletivos. A exceção era Cassandra Maroni que abriu mão de disputar a prévia com a eterna candidata petista Telma de Souza, pela sexta vez na disputa, tendo obtido sucesso na legislatura 1989/1992.
Geóloga por formação, Cassandra sabe que não ficará desempregada ainda mais pela sua especialização, de demanda elevada por parte das empresas do setor de petróleo e gás. Percebeu que seu ciclo como edil terminou, assim como já o fizeram os (as) colegas de partido. A oposição – caso o PT não vença -perderá uma importante voz.
Neste cenário, a deputada Telma de Souza e o próprio partido terão uma participação, no mínimo, interessante. Será o único de oposição ao governo Papa que, na prática, fará uma campanha light, ou seja, não atacará o PMDB, que terá Sérgio Aquino como candidato, antevendo uma possível união em um eventual segundo turno.
Com a popularidade do prefeito em alta, os petistas sabem que o peso dele será importante na hora do voto e temem não ir para o segundo turno diante do cenário político. Até porque a aliança PT/PMDB é real em Brasília, apesar dos constantes atritos.
Se o PT não fizer oposição ao PMDB, qual será o papel dele? Simples: o partido tem como meta enfraquecer o PSDB em São Paulo, passando pela conquista da prefeitura da Capital e, em 2014, para o Governo do Estado. Para tal, o PT quer diminuir ao máximo a participação dos tucanos em estratégicas cidades paulistas, como Santos.
Será interessante, portanto, o PT (Governo Federal) atacar o PSDB (Governo Estadual) em uma cidade governada pelos peemedebistas, que irão assistir sentados o imbróglio eleitoral. A conferir.
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