‘Quem não se comunica, se trumbica’. ‘A propaganda é a alma do negócio’. Quem nunca ouviu tais frases para sintetizar a importância que a comunicação tem no cotidiano das pessoas ainda mais na era do mundo digital?
Os políticos, de forma geral, sabem disso. Alguns, mais habilidosos, conhecem bem o poder dela para angariar simpatia (ou não). Quando surgiu para o País, o então governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, trabalhava bem suas estratégias de comunicação a ponto de ser conhecido como o ‘Caçador de Marajás’, termo retratado em uma capa histórica da revista Veja.
Esta estratégia garantiu-lhe a vitória presidencial logo depois, a primeira a qual a população pode escolher seu presidente após a ditadura. A mídia, é claro, contribuiu para apresentá-lo como um político novo, principal oponente do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, chamado pelo então governador Leonel Brizola, como sapo barbudo em decorrência da sua aparência ainda mantida dos tempos de sindicalismo.
Eleito, Collor gostava de usar estratégias de marketing para mostrar que era um político jovem e com um estilo novo. Aos domingos, adorava ser fotografado em suas corridas e passeios de jet ski, entre outros esportes mais radicais. Simbolizava o retrato do novo (?) Brasil. A comunicação e o marketing funcionavam bem até que as denúncias de seu irmão, Pedro, ganharam as manchetes, fato que acabou culminando em sua renúncia tempos depois.
Na última semana, na tentativa de colocar em pauta uma agenda positiva, a presidente Dilma Rousseff saiu pelas ruas da Capital do País de bicicleta. Uma forma de humanizá-la, ou seja, transformá-la em ‘gente como a gente’ tentando alterar o foco de tantas críticas recebidas pelos erros de seu primeiro mandato, cujos reflexos são sentidos hoje no bolso dos brasileiros.
Em âmbito regional, alguns políticos também sabem usar bem o poder da comunicação. Outros, nem tanto. Exemplos não faltam para mostrar uma maior necessidade de aproximar e esclarecer pontos importantes junto à população. O silêncio, muitas vezes, é mortal e apenas desinforma, provocando ruídos.
Por exemplo, está na hora da EMTU, responsável pelas obras do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, vir a público para esclarecer a atual situação das obras em razão do impasse jurídico que ocorre em trecho santista. A falta de informações deixa os moradores próximos ao local em dúvida sobre o futuro do empreendimento.
Algo semelhante ocorre com o túnel ligando Santos-Guarujá, com o destino das desapropriações de centenas de imóveis. Afinal, os moradores vivem em um impasse, pois nada mais se falou sobre o assunto. Sem contar com o atual estágio do programa Santos Novos Tempos, cujo ritmo das obras está aquém do desejado em decorrência de problemas técnicos e burocráticos.
Tais exemplos referendam a necessidade das autoridades dialogarem mais com a população para esclarecer dúvidas e evitar ruídos, seja via Imprensa ou de forma interpessoal.
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