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08 DE MARÇO DE 2012

Poder feminino

Por: Fernando De Maria

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Elas são maioria faz tempo. E a distância demográfica tem aumentado cada vez mais a ponto de Santos ser, proporcionalmente, a cidade brasileira com o maior número de mulheres chegando a média de 84,6 homens para cada 100, diferença bem acima da média brasileira (96/100, respectivamente).


Apesar do maior nascimento de crianças do sexo masculino é justamente no início da fase adulta que o quadro se altera e elas passam a ser maioria a ponto de chegaram à proporção de 2/3 entre a população acima de 75 anos, fruto da longevidade feminina.


Mas quem são as santistas? Ser maioria – são 54% da população, o equivalente a cerca de 227.500 – não representa expressivos ganhos qualitativos. No último levantamento do Nese – Núcleo de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos, da Universidade Santa Cecília, apenas 46,91% delas, na faixa da população economicamente ativa, estava empregada.


E o pior: quanto maior a escolaridade, menor a chance de emprego. Entre as mulheres com Ensino Médio Completo, elas são 51,72% contra 45,45% entre os homens. Entre aquelas com Ensino Superior, a diferença é ainda maior: 17,24% contra 9,09%. Ou seja, o diploma não é garantia de emprego e a situação é  mais difícil ao universo feminino.


Estes dados são completados por outros números divulgados pelo Censo do IBGE, de 2010. Quase 1/3 das mulheres santistas não têm renda própria, dependendo diretamente de terceiros. Entre os homens, o índice chega a 20,3%. E se somarmos as que têm renda média de até dois salários mínimos (R$ 1.244), o percentual atinge 63,5% (quase 2/3 do total) contra 44,7% entre os homens.


Não bastasse, muitos lares são mantidos por elas. Como chefes de família, representam 30% deste universo e quando assumem todas as responsabilidades (compartilhamento sem o marido, por exemplo) o índice chega a 21,7%. Ou seja, uma em cada cinco mulheres santistas divide-se entre ser mãe e pai simultaneamente, arcando com todas despesas do lar. Conforme o IBGE, 73,3% delas declararam ser brancas, 21,1% pardas e 4,4% negras. Descendentes asiáticas chegam a 1% e indígenas, 0,2%.


Na política, são 55% do eleitorado. Em 2004, foram as jovens mulheres até então indecisas dias antes da eleição municipal que ajudaram, de certa forma, a eleger o prefeito João Paulo Tavares Papa, no segundo turno mais acirrado que esta cidade já acompanhou. E pelo quadro eleitoral apresentado, certamente quem tiver o melhor discurso para atingir o eleitorado feminino levará vantagem nas eleições de outubro.


Mas o sexo do candidato não importa. Até hoje, a cidade só elegeu uma prefeita (Telma de Souza) e a Câmara conta com uma vereadora (Cassandra Maroni) entre os 17 eleitos. Já tivemos mais representantes no passado, mas a situação se inverteu na atualidade. Neste ano, a hegemonia feminina será testada mais uma vez nas urnas. A decisão final, portanto, estará nas mãos delas.

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