Com recordes sucessivos na movimentação de cargas, o Porto de Santos, que completa 133 anos de atividades, tem relevante importância para a economia brasileira e grande significado para a história e a cultura santista.
Desde os primórdios do cais formado por trapiches onde atracavam naus que buscavam o comércio com o novo mundo até a modernidade dos dias atuais, o Porto obrigou-se a superar desafios para se consolidar como o principal ponto de atracadouro da América Latina, favorecido pela sua localização estratégica e pela vocação de eficiência de seus trabalhadores.
Com inúmeros projetos a serem materializados, que incluem a construção da ligação a seco entre as suas margens e a definição de novas áreas para a expansão de vias de acesso e de novos terminais de armazenamento e movimentação de cargas, o Porto de Santos aos poucos vem implementando modelos gerenciais que permitem uma melhor integração com as empresas que atuam no setor e, especialmente, com as cidades que delimitam o seu espaço e que, por isso, sofrem os impactos positivos e negativos gerados pelas atividades portuárias.
Nesse contexto, não há como negar sua relevância para a economia regional, com a geração de empregos e a expressiva contribuição na arrecadação de tributos para o fortalecimento dos cofres municipais.
Da mesma forma, havemos de ressaltar a contribuição do sistema portuário para a formação de mão de obra qualificada e patrocinador de projetos socioculturais e de interesse da sociedade.
Contudo, questões ambientais relacionadas à poluição e ocupação de áreas de preservação, somadas aos impactos motivados pela intensa movimentação de caminhões que congestionam estradas de acesso às cidades e prejudicam vias locais merecem maior atenção diante das consequências que representam para a qualidade de vida das populações das cidades onde o Porto está inserido.
Nesse sentido, é preciso destacar o trabalho que vem sendo realizado pela atual administração da Autoridade Portuária, comandada pelo presidente Anderson Pomini, direcionando esforços para desatar nós visando tornar cais santista mais eficiente e sustentável, por meio da atenção às autoridades locais e do diálogo transparente com os setores envolvidos.
Somente com a firmeza de propósitos e a salvaguarda dos interesses regionais será possível viabilizar planos que permitirão fortalecer ainda mais o Porto de Santos como importante instrumento a serviço do desenvolvimento do País.
Assim, deve-se evitar a repetição dos erros conhecidos cometidos no passado, especialmente os relacionados às políticas equivocadas que poucos benefícios trouxeram ao conjunto da sociedade.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação
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