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Opiniões

29 DE MARÇO DE 2017

Power Rangers

Por: Da Redação

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}

bannerPower Rangers tinha absolutamente tudo para chegar aos cinemas e ser uma copia canhestra de seu original na TV, que por si só já era algo de qualidade duvidosa e conquistava o pessoal mais novinho muito mais pela repetição do que por qualquer tipo de qualidade, seja visual ou narrativa.

E diante dessa falta de um material melhor para se escorar, essa tentativa de levar a franquia para o cinema de modo grandioso, funciona muito mais do que qualquer um poderia esperar. Deixe a nostalgia de lado e tampouco não se deixe levar por nenhum tipo de expectativa e o resultado é um passatempo honesto e que entrega algo bem no nível do gênero na atualidade.

O gênero em questão fica bem no meio desse monte de adaptações de Quadrinhos, mas mais do que isso, no de Super-heróis. E de modo pontual, Power Rangers tem exatamente a mesma estrutura e intenção de nove entre dez filmes desse tipo: alguns personagens sem poderes que recebem essas dádivas enquanto ao mesmo tempo surge um vilão, ambos treinam ou ganham força no final se estapeiam de modo épico depois que o vilão dá um surra nos heróis.

Isso também pode ser conhecido como “A Jornada do Herói (ou “Monomito”, de Joseph Campbell), mas como todo o resto também se escora nisso sem a menor vergonha de esconder nenhum dos passos, a responsabilidade o roteirista é apenas de fazer com que cada situação valha a pena de ser mais uma vez experimentada. E Power Ranger tem isso a seu favor.

De cara, John Gantis já é alguém acostumado a aproveitar o melhor de histórias simples, como já fez em Gigantes de Aço e bem recentemente em Kong. Aqui então, parte de uma inteligente mitologia que coloca os Power Rangers diretamente ligados a um dos momentos mais importantes da evolução de nossa história. E por mais que isso soe como uma pequena galhofa, é esse clima que garante ao filme que ele funcione.

Talvez falte até que ele se leve um pouco menos a sério, já que prefere ter em mãos um quinteto de protagonistas construídos por meio de detalhes que mais parecem saídos de um remake de O Clube dos Cinco. Se olhados de perto, seus corações são puros, mas parecem todos produtos de um mundo opressor que os coloca em rota de colisão com as expectativas dos pais e sociedade ao redor. E o que importa, durante todo tempo em que não “morfam” (vulgo, vestem suas armaduras à la Homem de Ferro), Power Rangers funciona de modo simples e objetivo.

power-rangers-destaqueO quinteto de atores funciona, suas personalidades ocupam bem o espaço da narrativa e interagem bem entre elas. Melhor ainda, existe tempo para todo mundo, e por mais que certos detalhes acabem sendo deixados de lado assim que são descobertos (como o autismo de um deles e a homossexualidade de outra), no final das contas isso serve para caracterizar melhor ainda cada um deles.

E tudo isso poderia ir por água abaixo se o diretor Dean Israelite (que já tinha feito um trabalho interessante em Projeto Almanaque, ainda que o filme seja uma porcaria) não soubesse dosar os estilos que o filme necessita. Na maioria do tempo precisa ser um filme ágil mesmo com pouca coisa acontecendo, explorando então muito bem duas sequencias de perseguições de carro que culminam em acidentes interessantes. E lá para o final, quando precisa se levar pela ação meio boboca que também marcava o final dos episódios da série, o faz bem com planos abertos e bem claros, quase não se levando a sério com todos detalhes que os fãs da série tantos esperam ver na tela grande.

Mas no fundo, os Power Rangers estão lá para salvar o Planeta Terra da investida de Rita Repulsa (Elizabeth Banks), e para isso contam com uma cabeça falante, Zordon (Brian Cranston) e uns veículos em forma de animais pré-históricos que, se preciso for, se juntam e formam um robô gigante que salvará tudo no final.

E quando o filme faz com que tamanha bobagem funcione na tela, é preciso dar o braço a torcer: Power Ranger tinha tudo para dar muito errado, mas não dá, na verdade muito pelo contrário até.

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