Sou um enigma? Pois bem, sou traiçoeira e mato meus afetos sem dó. Sou silenciosa, me apaixono fácil pelas pessoas e quando as escolho, esse amor poderá terminar em morte. Faço o escolhido sofrer, sofrer muito. Perderá o apetite e com isso emagrecerá. Fico tão presa a sua carne que o faço suar todas às noites, às vezes tiritando de tristeza e insensatez. Por vezes, me apaixono por ricos, famosos e ecléticos, mas na maioria das vezes me apego aos mais pobres, pardos e negros. Se for aidético, melhor ainda.
Já matei Castro Alves, Manoel Bandeira, Noel Rosa e D. Pedro I. Faço-os sofrer tanto deste amor unilateral a ponto de perderem suas forças e entregarem-se à morte. Apaixono-me ao mesmo tempo por muitas pessoas, sem ninguém perceber minhas traições. Sinto-me onipotente, pois estou ao mesmo tempo em muitos lugares e na carne de vários perdidos. Sou combatida ferozmente pelo meu comportamento, mas reluto e resisto a estas armas que insistem há décadas em destruir-me: coitados! Gastam-se no Brasil 80 milhões de dólares ao ano no meu combate, mas consigo enterrar 6 mil brasileiros anualmente.Esquecem que existo desde os faraós, que vi Cristo de perto e que na Idade Média fiz milhões de vítimas fatais. Fui personagem de óperas, novelas, livros e filmes, mas ninguém consegue me ver naturalmente.
Muito prazer, meu nome é tuberculose, sobrenome, bacilo de Koch.
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