Aos 120 anos, o Porto de Santos se consolida cada vez mais como a porta de riquezas de pouco mais de 1/4 de todas as movimentações de exportação e importação do País.
Com a expansão das atividades portuárias, alguns desafios ainda se fazem necessários para preparar o cais. Expansão de áreas, como na parte continental de Santos, finalização do aprofundamento da dragagem, investimentos e melhorias no acesso aos terminais, e projetos de reformulação de regiões, como Porto-Valongo, que prevê a revitalização dos armazéns 1 ao 8, área onde nasceu o porto e que hoje serve apenas de abrigos para os pombos, são alguns exemplos.
Algo que fica evidenciado neste cenário é a aproximação da relação entre o Porto e a Cidade ao longo das últimas décadas. Para muitos, o porto sempre foi visto – e continua sendo para aqueles que o desconhecem – um apêndice da Cidade. Em muitos momentos, era considerado um entrave àqueles que, talvez por ignorância, não soubessem da sua real importância.
Maior empregador da região, o porto – seja de forma direta ou indireta, por intermédio do setor retroportuário – é um celeiro de oportunidades com perspectivas de geração de novos negócios e empregos, ao contrário do que ocorrera na década de 90 quando, com o enxugamento do quadro de colaboradores da Codesp, o segmento portuário sofreu um baque, com perdas de postos de trabalho que provocaram um dos maiores índices de desemprego na cidade, ultrapassando os 20%, índice semelhante ao que a Espanha sofre no momento, por exemplo.
A distante relação entre Porto e Cidade que marcou um período recente se refletiu até na formação de mão-de-obra. Só mais recentemente as universidades e faculdades locais passaram a oferecer cursos voltados ao setor nas áreas de logística e engenharia portuária, por exemplo. Hoje, o cenário é bem mais atraente, empurrado também pelo sopro de investimentos do setor de petróleo e gás. Empresas planejam investimentos, novos postos de trabalho se abrem e a economia roda, beneficiando a todos.
Mas é preciso ir além. A expansão portuária também passa pelo início urgente das obras prometidas pelo Governo Federal, via PAC-2, como o mergulhão no Valongo, e de melhorias de acesso ao cais, prometidas pelo Governo do Estado para Cubatão, em razão do fluxo de caminhões em direção à margem esquerda, em Guarujá. Sem contar em uma nova pista no sistema Anchieta-Imigrantes exclusiva para caminhões. Além de melhorar a utilização do potencial ferroviário, ainda limitado e um patinho feio neste cenário de logística.
São, portanto, desafios que se impõem para preparar o porto do futuro e alavancar ainda mais a economia nacional e, é claro, regional.
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