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18 DE ABRIL DE 2013

Sai do papel?

Por: Fernando De Maria

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Entre tantas promessas sobre as obras do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos e do túnel ligando Santos e Guarujá, além da proibição de cobrança em dinheiro  da passagem nos ônibus municipais, caos viário em decorrência do aumento no volume de caminhões em direção ao Porto de Santos e o crescente aumento de veículos circulando pelas ruas, chega em bom momento o estudo elaborado pela Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos – EMTU.
Trata-se da edição 2012 do SIVIM – Sistema Viário de Interesse Metropolitano, que visa estudar e planejar ações de mobilidade macrometropolitana nas três regiões do estado (Grande São Paulo, Campinas e Baixada Santista). A proposta elaborada pelos técnicos sugere intervenções no sistema viário e entorno. 
Disponível na internet no site da secretaria estadual, o estudo aponta obras complementares a serem executadas para melhorar a mobilidade das pessoas para os próximos anos. Todo o levantamento, que não leva em consideração eventuais desapropriações, chegaria ao investimento de R$ 54 bilhões até 2025 nas três regiões. Somente a Baixada Santista despenderia de R$ 13,4 bilhões, conforme o estudo. Dividido em prazos (curto, médio e longo), a proposta prevê ações mais imediatas, cujos valores chegam  a R$ 8,3 bilhões nas nove cidades da região.
Entre as obras complementares sugeridas estão a construção de viadutos, rotatórias e pontes em Cubatão, Guarujá, Praia Grande e melhorias nas vias marginais da ferrovia inativa que corta as cidades do litoral sul.
Em Santos, as intervenções incluem a construção de viaduto junto à interseção da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (obras iniciadas, cujos esqueletos ainda estão à mostra para relembrar mais um desperdício de dinheiro público), melhorias nos corredores viários de apoio ao VLT – conforme promessas governamentais, a primeira fase funcionará já no próximo ano – nas ruas Gaspar Ricardo, Marquês de São Vicente, Francisco Glicério e ao longo dos 5,75 quilômetros que separam a Rua Oswaldo Cruz ao porto. 
Além de intervenções de apoio nas ruas João Pessoa, Conselheiro Nébias, Rodrigues Alves e na Avenida Nossa Senhora de Fátima e Martins Fontes. Ao todo, tais obras estão orçadas em quase R$ 900 milhões. 
Lamenta-se que o estudo da secretaria contemple apenas alternativas de mobilidade rodoviárias, esquecendo-se o transporte hidroviário. Infelizmente, temos o potencial marítimo subaproveitado nas questões do transporte público, assim como já ocorre no meio ferroviário, hoje esquecido.
A questão central é: no ritmo que as obras serão realizadas existirão verbas para atender às necessidades? A resposta é tão cristalina como a água. Assim, é provável que o VLT seja nos enfiado por goela abaixo – por questões eleitorais – sem as obras complementares sugeridas pelos técnicos. Desta forma, os impactos serão mais negativos que positivos à população. A conferir.

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