O tema sexo ainda provoca tabus. Especialmente quando o assunto remete à diversidade sexual. Com cada vez mais destaque na mídia, o público GLBT – Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros ganha uma atenção maior em razão do espaço social ocupado e nos mais variados segmentos.
Apesar da popularização sobre este universo, ainda há muita resistência em lidar publicamente sobre o assunto. Conforme levantamento do IBGE realizado no ano passado, somente 14% (383) dos órgãos gestores de políticas de direitos humanos declararam ter programas para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Do total de municípios, independentemente da existência de órgãos de direitos humanos, apenas 486 (8,7% do total) possuíam programas ou ações para o enfrentamento da violência contra estes grupos sociais e só 79 (1,4%) tinham legislação sobre discriminação, 99 (1,8%) sobre reconhecimento dos direitos LGBTs e 54 (1%) sobre reconhecimento do nome social adotado por travestis e transexuais.
Ou seja, apesar dos avanços há uma distância enorme entre o que se prega na mídia com a igualdade entre todos e o que, politicamente, ocorre na prática.
Neste sentido, Santos abre espaço para a discussão do tema com a realização, a partir desta segunda (26), da 1ª Semana da Diversidade Sexual de Santos. Importante oportunidade para discutir assuntos relevantes e sem preconceitos, que envolvem desde os direitos dos cidadãos, a temas como assistência social, segurança, empregabilidade e saúde. Sem deixar de lado uma área que merece atenção especial para atendimento a este público: o turismo.
Particularmente, não imaginava a potencialidade que a região tem para atrair o público GLBT. Orientando um Trabalho de Conclusão de Curso de três jovens alunas de Jornalismo (Joyce Salles, Bruna Dalmas e Tassia Martins) acabei conhecendo um pouco deste universo. A proposta inclui um guia de bolso, além das redes sociais e um blog, o Baixada em Cores. Pelos textos, fiquei surpreso com a potencialidade deste universo e o número de casas noturnas, quiosques e eventos voltados ao universo GLBT na região. Neste cenário, São Vicente, Santos e Guarujá se destacam.
A Baixada Santista, em razão dos seus atrativos, tem potencialidade para criar roteiros visando atrair cada vez mais simpatizantes e adeptos da causa. Com isso, o setor de turismo receptivo deveria olhar com maior atenção para atendimento deste público, atuando sem preconceitos e apresentando as opções oferecidas na região.
Potencialidade existe. Falta apenas organização para reunir e aproveitar as oportunidades, transformando a região em uma rota alternativa ao público interessado.
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