Você é descartável? | Boqnews

Opiniões

03 DE MAIO DE 2023

Você é descartável?

Por: Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

A República provida de mais faculdades de direito do que a soma de todas as outras, espalhadas pelo restante do planeta, é uma pródiga fábrica de bacharéis em direito.

Nem todos eles se tornarão advogados.

Precisam superar a barreira do chamado Exame da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, a entidade que credencia o diplomado em ciências jurídicas a exercer a advocacia.

A dificuldade do Exame de Ordem nem sempre reside no essencialmente jurídico.

Padecem os bacharéis das carências da alfabetização, que é muito mais do que soletrar palavras, conseguindo extrair sons e sentido de uma coleção de signos.

A escola convencional está de certo modo necrosada.

Ela impõe à criança e depois ao adolescente, a missão de decorar informações.

Como se estas não estivessem acessíveis a um clique e em disponibilidade nunca vista na história da humanidade.

Sem estimular o educando a ler continuamente, a escrever bastante e a falar com correção, o número de analfabetos funcionais é imenso.

E chega à Universidade e até à Pós-graduação.

Por isso, talvez o surgimento do ChatGPT seja um desafio que vai fazer com que as Faculdades de Direito repensem, por si mesmas, o anacronismo do ensino e forneçam ao alunado condições de competir com a Inteligência Artificial.

O ChatGPT já possui mais de cem milhões de usuários, embora seja uma criação recente.

Ele cria textos em segundos e com qualidade.

Consegue elaborar dissertações, teses, enquanto que a redação de contratos, selecionar jurisprudência ou encontrar doutrina antagônica e sugerir aquilo que mais gostamos de fazer: encontrar na flexibilização uma síntese, é uma brincadeira.

É claro que para os inteligentes, a ferramenta auxiliará um desempenho excepcionalmente eficiente.

Os que não souberem se servir dela se apavorarão e, com enorme probabilidade, perecerão.

É urgente que os velhos e esclerosados departamentos ainda oriundos da tradição romana sejam revisitados.

A tecnologia merece lugar de honra nos Cursos Jurídicos.

Vencerão os que souberem se servir da Inteligência Artificial para torna-los mais rápidos e oferecerem soluções imediatas para os que necessitarem fugir às tramas labirínticas e tantas vezes cruéis do território forense.

Aja com pressa e com juízo: quem não se entender com a tecnologia corre o risco de ser descartável.

José Renato Nalini é diretor-Geral da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-geral da Academia Paulista de Letras.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.