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Opiniões

30 DE JULHO DE 2016

Votar com responsabilidade

Por: Humberto Challoub

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Com a realização das convenções partidárias que definirão as candidaturas de prefeitos e vereadores para a disputa das próximas eleições municipais, o trabalho de convencimento dos eleitores se torna, a partir de agora, mais efetivo. O pleito deste ano traz como novidades as mudanças nas sistemáticas de financiamento e publicidade das campanhas, o que representa um novo desafio para candidatos e também aos eleitores, que terão menos tempo para escolher em quem votarão.

Nunca é demais recordar que, mais do que nunca, os preceitos constitucionais estabelecidos na Carta Magna brasileira repassaram aos municípios direitos e responsabilidades que necessitam ser gerenciados por administradores e legisladores competentes e, sobretudo, dispostos a contribuir pela melhoria da qualidade de vida das populações que habitam as cidades. É sabido que as muitas experiências negativas abstraídas do cenário político ao longo da história recente, com a proliferação de desmandos administrativos e atos de corrupção, geraram descrença, ampliando assim o grau de desinteresse dos eleitores. Da mesma forma, a infidelidade partidária e as muitas incoerências presentes nas normas reguladoras da atividade política, especialmente as que estabelecem critérios de proporcionalidade e representatividade, tornaram insignificantes os valores atribuídos aos princípios ideológicos e programáticos que deveriam orientar as candidaturas e coligações partidárias.

Apesar das imperfeições do sistema vigente – e o conceito pejorativo que forja a imagem da prática eleitoral -, ainda é o exercício do voto livre e democrático o principal instrumento de transformação de uma sociedade que busca justiça social e prosperidade. Por isso, seu valor não pode ser diminuído ou desprezado, mesmo que se condene a obrigatoriedade da sua execução. A prática eleitoral dentro do regime democrático vigente propiciou valiosa experiência aos eleitores, cada vez menos suscetíveis às propagandas enganosas e cientes de que as melhorias desejadas para as cidades não ocorrerão pela força de milagreiros ou pelas mãos dos arautos de ideias fáceis valorizadas pelos efeitos especiais proporcionados pelas sofisticadas ferramentas do marketing eleitoral.

Assim, mais do que o cumprimento de uma obrigação, há de se exigir do eleitor comprometimento e responsabilidade na escolha de seus representantes, por meio de uma análise criteriosa do currículo, histórico de vida pública e comunitária e, principalmente, a real capacidade para exercer o cargo a que eles se oferecem. Portanto, além da presença nas urnas, é de se esperar uma postura mais participativa da população nas decisões dos governantes e legisladores, por meio do engajamento nas entidades de classe, conselhos de moradores e organismos civis de representação. Exigir a fiel execução dos planos administrativos, cobrar transparência no uso dos recursos públicos e, sobretudo, fiscalizar os atos e ações dos mandatários eleitos representam, juntamente com o exercício do voto, a única fórmula realmente capaz de moralizar, de forma eficaz e perene, o atual regime político.

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