O mês de agosto teve a nomeação de Agosto Dourado. No dia 1º é celebrado o Dia Mundial do Aleitamento Materno, e durante a primeira semana do mês, todas as atenções estarão voltadas ao incentivo à amamentação. O ato além de ajudar no desenvolvimento saudável do bebê, é uma forma de fortalecimento do vínculo entre a mãe o bebê.
Apesar de parecer instintivo, amamentar pode ser muito difícil e é necessário procurar ajuda de profissionais para que o problema seja resolvido. Além disso, a fonoaudióloga santista Andréia Fernandes, especialista em aleitamento materno que atua há quase 20 anos – com passagens por grandes hospitais, entre eles o Albert Einstein – explica que alterações orais do bebê podem prejudicar a pega e consequentemente a amamentação.
Leite materno
O leite materno é repleto de nutrientes essenciais para o desenvolvimento saudável da criança, sendo reconhecido como a principal e mais fundamental recomendação para a saúde da criança. Sendo assim, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a alimentação exclusiva com leite materno até os seis meses, e até os dois anos de forma complementar.
Andréia atende bebês de 0 a 12 meses com queixas relacionadas ao aleitamento materno e início da introdução alimentar. “Meu papel envolve avaliação, diagnóstico, orientação e reabilitação das funções sucção, mastigação, deglutição e respiração. Minha maior demanda são os bebês com disfunções orais e/ou língua presa”, conta.
A língua presa é uma das principais causas de queixa quando o problema são alterações orais do bebê. “A anquiloglossia ou língua presa é a principal causa de problemas orais, ela acontece ainda no primeiro trimestre de gestação, quando a língua se separa do “chão” da boca por um processo chamado apoptose. Se esse processo é incompleto, o freio fica encurtado, limitando os movimentos adequados da língua, principalmente a elevação, trazendo inúmeros impactos para o bebê, que vão muito além da amamentação”, explica.
A fonoaudióloga alerta ainda que todos nós temos freio na língua, e o problema acontece quando essa estrutura está alterada.
Quando procurar ajuda especializada?
Os problemas podem surgir tanto no corpo da mãe quanto no bebê durante a mamada. É necessário prestar atenção se a mãe tem dor, fissuras, mastites e ductites, mamilos em formato de batom após a mamada e queda na produção de leite. Além disso, mamadas longas, intervalos curtos, dificuldade em amamentar na posição tradicional podem ser sinais que é necessário pedir ajuda.
Durante a amamentação o bebê pode mostrar sinais de que há problemas. “Preferência por uma das mamas, mordidas, ruídos/estalos, engasgos, calos nos lábios, dificuldades em realizar ou manter a pega” , alerta Andréia. Contudo, dificuldade no ganho de peso, prematuridade, roncos, dormir de boca aberta também são um alerta de que há algo errado.
Sendo assim, a causa do problema na amamentação tem a investigação além de um diagnóstico, e o atendimento da profissional que atua em Santos tem a realização de forma humanizada. “Durante a avaliação é necessário coletar todo o histórico da dupla envolvendo a gestação, parto, pós parto, o histórico da amamentação, alimentação atual do bebê e desenvolvimento motor”, alerta.
Adriane Araújo, mãe da pequena Marina, de 53 dias, procurou a especialista porque suspeita que a bebê estava com dificuldades. “Eu suspeitava de que podia ser o freio na língua que estivesse atrapalhando, então a gente foi para uma avaliação e realmente ela mostrou, através dos vários sinais, que a Marina apresentava. Eram os calinhos na boca, as olheiras, a língua branca”, relembra.
A mamãe afirmou ainda que se preocupava com outros problemas futuros que poderiam surgir. “Estava atrapalhando na amamentação, bem como outras funções orais que é o engolir, o sugar e futuramente poderia atrapalharia a introdução alimentar e o próprio falar”, completa Adriane.
Como é feito o tratamento?
Todas as duplas mães e bebês que chegam no meu consultório da especialista passam por avaliação inicial e depois do diagnóstico é necessário seguir quatro etapas para a realização do tratamento.
- Avaliação e liberação cirúrgica do freio lingual com odontopediatra;
- Reavaliação fonoaudiológica pós cirúrgica, que deve acontecer a partir de 24 horas do procedimento, e não deve ultrapassar 7 dias após a cirurgia. Aqui definimos a necessidade de terapia e frequência;
- Avaliação fisioterapêutica para confirmar ou descartar tensões corporais;
- Acompanhamento da consultora em amamentação para a manutenção da sua produção de leite.
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